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Por que 2022 é o quinto ano mais quente da história?
Este cenário indica que o mundo se encaminha para ultrapassar as metas do Acordo de Paris.
Yanne Vieira
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Nesta semana, análises das agências espaciais dos Estados Unidos (NASA), da União Europeia (Copernicus), e da Organização Meteorológica Mundial (WMO) apontaram novos dados sobre o aquecimento global.

De acordo com a Copernicus, o ano de 2022 foi o 5º ano mais quente da história, registrando temperatura global média em quase 1,2 ºC, o que representa um aumento de 1,181ºC acima dos níveis pré-industriais (1850 -1900). O cenário aconteceu mesmo sob o fenômeno meteorológico, La Ninã, quando ocorre o resfriamento da região central do Oceano Pacífico.

Para o diretor do serviço climático da União Europeia, Carlos Buontempo, o resultado do relatório não é “nem inesperado e nem surpreendente”, mas sim uma consequência da tendência de aquecimento do planeta. “Evento raro, agora, seria ver um ano realmente frio”, explicou.

Cenário se expande

De acordo com a NASA, os últimos nove anos foram os mais quentes desde que os registros modernos começaram, em 1880. Segundo Bill Nelson, administrador da agência americana, a tendência de aquecimento é alarmante, “nosso aquecimento climático já está deixando uma marca: os incêndios florestais estão se intensificando, os furacões estão ficando mais fortes, as secas estão causando estragos e o nível do mar está subindo”, explicou.

A Europa teve seu segundo ano mais quente já registrado, superando 2020. Além disso, em fevereiro, a extensão do gelo do mar Antártico registrou seu nível diário mais baixo em 44 anos de documentação via satélite.

Consequências

Este cenário indica que o mundo se encaminha para ultrapassar as metas do Acordo de Paris, que limita o aquecimento do globo a 1,5ºC acima das temperaturas do período pré-industrial. Esse número é considerado o “limite seguro” das mudanças climáticas.

Com o aumento da temperatura, a emissão de gases causadores do efeito estufa, como o dióxido de carbono, um dos principais contribuintes para a crise climática, também crescem na atmosfera e resulta em tempestades, secas, ventos e variadas formas de desequilíbrio climático.

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