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O dia 26 de junho foi estabelecido como o Dia Internacional sobre o Abuso e Tráfico Ilícito de Drogas. A data foi criada em 1987 pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de conscientizar a população global sobre a temática, e enfatizar a necessidade de combater os problemas sociais criados pelas drogas ilícitas, além de planejar ações de combate à dependência química e o tráfico de drogas.
O Relatório Mundial sobre Drogas 2022, do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), aponta que cerca de 284 milhões de pessoas, na faixa etária entre 15 e 64 anos, fizeram uso de drogas em 2020, o índice representa 26% a mais do que dez anos antes.
Brasil
Em 2015, o 3° Levantamento Nacional da Fundação Oswaldo Cruz apontou a maconha como sendo a droga ilícita mais consumida. 7,7% dos brasileiros de 12 a 65 anos já a usaram ao menos uma vez na vida. Em segundo lugar está a cocaína em pó: 3,1% já consumiram a substância.
Outro dado destacado pelos pesquisadores diz respeito ao uso dos analgésicos e tranquilizantes, 0,6% e 0,4% da população brasileira, respectivamente, consomem esses medicamentos de forma não prescrita, ou de modo diferente àquele recomendado pela prescrição médica.
Sinais e sintomas
De acordo com o psicólogo Jhonatan Barbosa de Freitas, as substâncias podem ser classificadas em “estimulantes (ex: nicotina, cafeína, cocaína, crack), depressivas (ex: álcool, morfina, ópio, ansiolíticos) e perturbadoras (ex: maconha, ecstasy, LSD) assim, os motivos que levam os sujeitos a usarem e eventualmente abusarem delas podem ser muitos”, explica.
O profissional reforça que, ao usar drogas, o sujeito ativa uma parte do cérebro responsável pelas recompensas, “onde as moléculas de dopamina causam a sensação momentânea de “bem-estar”. É por esse circuito cerebral que o sujeito passa a buscar, mais e mais, as sensações advindas do uso e abuso de drogas”, afirma Jhonatan.
Alerta
O psicólogo explica que o uso de drogas é visto como um sintoma, “se o sujeito está cansado e quer dar um ‘up’, toma um café, se tá ansioso, toma um comprimido ansiolítico, se quer “relaxar” toma um copo de cerveja, e assim por diante. O problema se dá mesmo quando a pessoa não consegue mais sair desses ciclos, tendo sempre que recorrer ao uso da substância para ‘estar bem’”, diz Jhonatan.
No caso do álcool, a pesquisa da Fiocruz aponta que mais da metade da população brasileira de 12 a 65 anos declarou ter consumido bebida alcoólica alguma vez na vida.
Identificando o vício
“Se ele [sujeito] deixa de cumprir suas tarefas diárias pelas consequências do uso/abuso, se passa a ter problemas familiares, legais e/ou de saúde. Nesses estágios, é possível dizer que o sujeito já está em um nível avançado de vício, sendo necessário algumas intervenções, podendo ser psicológicas, psiquiátricas ou de uma rede de apoio robusta e bem estruturada.”, finaliza.
Somente em 2021, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 400,3 mil atendimentos a pessoas com transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de drogas e álcool. A maior parte dos pacientes é do sexo masculino com idade de 25 a 29 anos.
Programação no Cariri
Nos dias 28 e 30, o Centro de Assistência Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD) realizará atividades de discussão sobre o combate ao álcool e outras drogas. A ação será realizada em conjunto com os municípios de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha. A iniciativa é direcionada aos servidores e usuários.
Ajuda
O SUS garante o atendimento e acompanhamento para quem tem qualquer tipo de dependência química, em qualquer idade. O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) também recebe esse público.