Foto: Pedro França/Agência Senado
A Polícia Federal (PF), prendeu na manhã desta quarta-feira, 9, em Florianópolis, o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, em investigação sobre interferência no segundo turno das eleições de 2022. Além da prisão de Silvinei, a Operação chamada Constituição Cidadã cumpre 10 mandados de busca e apreensão em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio Grande do Norte. Os mandados foram expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Segundo as investigações, no dia 30 de outubro de 2022, a PRF realizou mais de 500 blitze no transporte de eleitores em várias estradas do país, com foco no Nordeste, região onde o então candidato Lula (PT) tinha vantagem sobre Jair Bolsonaro (PL) na pesquisa de intenção de votos. Na véspera das eleições, Vasques havia pedido votos para Bolsonaro nas redes sociais. Eleitores relataram ter enfrentado dificuldades para chegar aos locais de votação, através das redes sociais. A época, o Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes requereu a suspensão mediata da blitze, sob pena de prisão de Silvinei, no entanto a ordem foi desrespeitada.
Além de Silvinei, outras 7 pessoas, entre ex-diretores, coordenadores, agente e corregedor, são alvos da operação. Outros 47 membros da PRF serão ouvidos ao longo da investigação. Segundo a Polícia Federal, os crimes investigados incluem prevaricação (quando um servidor público deixa de exercer o seu dever), violência política (impedir, com emprego de violência física, sexual ou psicológica, o exercício de direitos políticos), e impedir ou atrapalhar a votação (crime previsto no Código Eleitoral).
Vasques foi dispensado do comandado da PRF em dezembro de 2022. Um dia depois o órgão concedeu aposentadoria voluntária, por tempo de serviço, ao ex-diretor. Em seu depoimento à CPMI do 8 de janeiro, ele negou interferências nas eleições.