Foto: Arnd Wiegmann
Neste domingo (25), a Fifa e a Conmebol enviaram uma carta à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) sobre a situação do afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da entidade. Eles anunciaram que visitarão o Brasil na semana de 8 de janeiro para monitorar o processo das próximas eleições.
A carta cita um artigo do Estatuto da Fifa que afirma que as associações membros devem administrar seus assuntos de forma independente e sem interferência indevida de terceiros. A preocupação é com a participação de José Perdiz de Jesus, presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, que deu à CBF um prazo de 30 dias úteis para realizar novas eleições e solicitou um Conselho de Administração interino para a CBF. A Fifa o considera um “interventor”.
Na correspondência são destacadas possíveis penalidades por violação dessa obrigação, que podem incluir suspensão, mesmo que a influência de terceiros não seja culpa da associação membro em questão.
A Fifa e a Conmebol enviarão uma missão conjunta em janeiro de 2024 para avaliar a situação e trabalhar juntos para encontrar uma solução. Eles enfatizam que nenhuma decisão que afete a CBF, incluindo a convocação de eleições, deve ser tomada até que a missão seja realizada, o que também pode incluir uma suspensão.
Se a CBF for suspensa pela Fifa, perderá todos os seus direitos de membro imediatamente e até que a suspensão seja revogada pela Fifa. Isso também significaria que a CBF, suas equipes representativas e clubes não teriam mais o direito de participar de qualquer competição internacional ou competição enquanto estiver suspensa.
Pedido negado pelo STF
O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou na sexta-feira (22) um pedido para suspender os efeitos da decisão da Justiça do Rio de Janeiro que afastou Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, do cargo.
Mendonça concluiu que, no momento, não há requisitos mínimos que justifiquem uma decisão liminar. O PSD apresentou a ação ao Supremo na segunda-feira (18).
Entenda o caso
No dia 7 de dezembro, o Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) decidiu remover Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, do cargo e ordenou que a confederação convocasse novas eleições em um prazo de 30 dias úteis. José Perdiz de Jesus, presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), foi nomeado para liderar a entidade interinamente durante esse período.
O processo existe desde 2018, iniciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, ainda referente à eleição de Rogério Caboclo, antecessor de Ednaldo. O MP questiona o estatuto da confederação por estar em desacordo com a Lei Pelé, ao prever pesos diferentes para clubes nas votações para a escolha dos presidentes.