A fim de evitar alguns problemas de saúde no período de volta às aulas, a Saúde do Ceará recomenda a atualização do cartão vacinal de crianças e adolescentes, além de outros cuidados necessários para evitar transmissão de doenças.

A médica pediatra Monya Garcia, que atua no Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA), na capital do Estado, pontua que a transmissão é muito propícia nesse período porque as crianças e adolescentes retornam às aulas com convívio mais intenso. Ainda segundo a profissional, essas doenças, sobretudo as infecciosas, são imunopreveníveis, que podem ser amenizadas ou evitadas com a vacinação.

“Como se apresentam com o sistema imune ainda em desenvolvimento, naturalmente as crianças possuem uma tendência maior a apresentar doenças infecciosas, principalmente aquelas que são transmitidas por gotículas, ou seja, por meio de partículas que estão presentes na saliva e que se disseminam através do ar e do compartilhamento de brinquedos e objetos que levam à boca. Graças ao grande avanço científico em que se configura a vacinação, inúmeros desses agentes infecciosos deixaram de circular na nossa sociedade, mantendo nossas crianças protegidas”, explica Monya.

É importante destacar que toda a população tem vacinas eficazes garantidas pelo Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde. O foco é principalmente nos primeiros anos de vida, quando a pessoa ainda está com o sistema imune em desenvolvimento.

O calendário infantil é composto por vacinas contra agentes que podem causar doenças infecciosas grave, que acarretam em sequelas e até a óbito, como menigites, catapora, pneumonia, caxumba, sarampo, tétano e coqueluche.

“Algumas vacinas também necessitam de reforços programados para a manutenção da proteção, como é o caso da Influenza e da Covid-19. Graças à vacinação, algumas doenças que causaram muita dor no passado já não fazem parte do nosso cotidiano, como a poliomielite e a difteria. Para que continuem longe de nós e a história não volte a repetir, não podemos deixar de vacinar. As vacinas salvam vidas, as vacinas mudaram a história”, pontuou a médica pediatra.

Para as crianças que estão voltando às aulas, a principal orientação para manter a saúde delas é atualizar o calendário vacinal. Mesmo que às vezes seja inevitável que a criança pegue alguma virose, a vacina garantirá sintomas com menos intensidade e gravidade.

“Quando a criança apresentar sintomas, o ideal é que se mantenha em repouso em casa com boa alimentação, hidratação e lavagem nasal, apenas retornando às atividades escolares após resolvido o quadro infeccioso. Dessa forma, ajudamos a conter os vírus circulantes, impedindo que sejam transmitidos para outras crianças e permitindo uma melhor recuperação“, orienta.

A alimentação também é um fator que ajudará na imunização da criança. “A melhor receita para melhorar a imunidade das crianças é manter uma rotina de alimentação saudável e balanceada. A lavagem nasal pode ser uma boa aliada no controle dos quadros respiratórios, seguindo corretamente a técnica adequada para cada faixa etária”, conta.

Monya explica ainda que os períodos chuvosos são os de maiores índices de doenças nas crianças. “Durante a quadra chuvosa, as pessoas tendem a ficar mais aglomeradas em locais com menor circulação de ar, além de aumentar o risco de focos de água parada. Dessa forma, durante o período de chuvas, circulam com maior facilidade os vírus causadores de patologias respiratórias, gastroenterites e arboviroses”, esclarece.

Por fim, a Saúde do Ceará está recomendando que os municípios realizem o Dia D de forma mensal. Neste mês de janeiro, a proposta é que seja no próximo dia 27, com isso, a população deve ficar atenta aos locais de vacinação de seu município.

Durante a semana, é recomendado buscar o posto de saúde mais próximo de casa e atualizar o esquema vacinal.