Oito pesquisadores descobriram um novo fóssil de planta da Bacia do Araripe, denominada Cratoxylon placidoi. De acordo com o estudo, conduzido pela paleobotânica Domingas Maria da Conceição, pesquisadora visitante do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, a descoberta representa a mais completa madeira fóssil de conífera do Cretáceo Brasileiro.

Os pesquisadores explicam que o nome do gênero Cratoxylon faz referência à unidade geológica, onde o espécime fóssil foi encontrado, na Formação Crato. Já o epíteto específico “placidoi” é em homenagem a Plácido Cidade Nuvens, sociólogo e professor da Universidade Regional do Cariri (URCA), que trabalhou intensamente para a criação do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens.

Financiada pela Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), a pesquisa foi publicada na revista internacional Review of Palaeobotany and Palynology, especializada em Paleobotânica. Para a descrição desse novo componente da paleoflora da Bacia do Araripe, foram investigadas as microestruturas da planta que não são observáveis a olho nu.

De acordo com a pesquisa, o Cratoxylon placidoi pertence às gimnospermas, que são plantas sem flores e apresentam sementes que não estão no interior de frutos, especificamente ao grande grupo de coníferas. Essas plantas apresentam uma longa história geológica de aproximadamente 300 milhões de anos.

O trabalho é fruto de colaboração científica entre pesquisadores de instituições brasileiras, alemã e sul-africana. Além de Conceição, contribuíram os pesquisadores Maria Edenilce Batista (Urca), Naiara Oliveira (MPPCN), Roberto Iannuzzi, Dra.Alexandra Mastroberti, Dr. William Vieira Gobo, Marion Bamford (University of the Witwatersrand) e Lutz Kunzmann (Abteilung Museum für Mineralogie und Geologie).