Foto: Cícero Dantas/HRC
O protocolo “Onda Vermelha”, implantado em 2020 no Hospital Regional do Cariri (HRC), tem sido crucial na recuperação de vítimas de politraumatismo. Em 2023, 25 pacientes foram beneficiados por este protocolo na unidade, resultando em uma taxa de sobrevivência de 88%.
O protocolo é voltado para o atendimento de pacientes em situações clínicas extremas. Na emergência, o cirurgião-geral, que é responsável pela avaliação inicial e diagnóstico de hemorragia grave, aciona um alerta sonoro. Este alerta é recebido em setores estratégicos como centro cirúrgico, agência transfusional, laboratório e imagem, permitindo a pronta preparação dos profissionais médicos e de enfermagem, além da transfusão de sangue e plasma.
Cada setor tem prazos pré-estabelecidos e a entrada no centro cirúrgico e o início da anestesia e cirurgia devem ocorrer em até 15 minutos.
Referência no tratamento de vítimas de trauma, o HRC aumenta a taxa de sobrevivência desses pacientes em risco iminente de morte através deste protocolo.
A cirurgiã geral e coordenadora do serviço de cirurgia do HRC, Cléa Roriz, explica que o HRC é referência para 1,5 milhão de habitantes na região do Cariri em todos os politraumas. Antes da implementação do protocolo, identificou-se a necessidade de um atendimento mais rápido para os pacientes que chegavam em estado crítico à unidade. O HRC é a única unidade da região com uma equipe cirúrgica completa para tratar qualquer trauma ou politrauma, permitindo um retorno mais rápido e seguro do paciente à sociedade.
Protocolo de Trauma
O atendimento ao politrauma no HRC está disponível 24 horas por dia, sete dias por semana. Atualmente, a unidade possui uma equipe diária composta por cirurgião geral, neurocirurgião, cirurgião vascular, ortopedista e bucomaxilofacial.
Além deste protocolo especializado, o HRC possui outras rotas para o tratamento do trauma. Cléa explica que as rotas são determinadas conforme a gravidade. A “Onda Vermelha” é destinada a pacientes que chegam à unidade em choque hipovolêmico, ou seja, com grande perda de sangue e necessidade de atendimento emergencial, que deve ocorrer em até 15 minutos, devido ao risco iminente de morte.
Para casos de trauma sem choque hipovolêmico, o paciente é encaminhado para as Rotas 1 ou 2. O protocolo da Rota 1 é aplicado em situações graves, mas clinicamente estáveis, que não exigem encaminhamento imediato ao centro cirúrgico. A Rota 2 é aplicada em casos menos graves: o paciente chega consciente e pode aguardar a reavaliação e a realização de exames em um tempo maior.
Cléa conclui explicando que o objetivo do protocolo de trauma é seguir o princípio da equidade, onde o atendimento é agilizado e dado suporte mais rápido para os pacientes mais graves.