Um evento marcado por depoimentos emocionados, entregas de rosas e diplomas e testemunhos até de quem autorizou doação e, depois, recebeu. Na tarde desta quinta-feira (19), na Perícia Forense de Juazeiro, foram prestas homenagens a famílias doadoras de órgãos e tecidos. O evento denominado “Gratidão” trouxe ao Cariri a coordenadora do Banco de Olhos do Ceará, Lisiane Paiva Alencar, que coordenou o encontro aberto com um ato ecumênico.

Para ela, a celebração de um momento de generosidade quando a pessoa para de chorar um pouco pela perda de um ente querido para decidir pela ajuda ao próximo. Já o Pastor Ronaldo definiu o local do evento como um espaço que “talvez tenha manchas de lágrimas”, sendo transformado num ambiente de amor por parte de quem doou e gratidão dos receptores de órgãos ou tecidos. Um desses a autorizar doação foi o Padre Adalmiran Vasconcelos, Capelão do 2º BPM.

Ele lembrou que, após a morte de um irmão em acidente, não pensou duas vezes para garantir a doação. Aproveitou para ler a mensagem que o Papa Francisco dirigiu aos fiéis no Dia Mundial do Doador de Órgãos e Tecidos. O Banco de Olhos do Ceará prestou homenagens ainda à supervisora da Pefoce Germana Brito, imprensa na pessoa de Demontier Tenório (Rádio Vale FM e Site Miséria) e profissionais de saúde envolvidos na causa a exemplo do enfermeiro do HRC, Wágner Brito, coordenador regional do Banco.

Cinco pacientes transplantados participaram do evento, sendo três de córneas, um de coração e outro bilateral de pulmão. Jânio Marinho recuperou a visão num transplante de córneas há três anos e, hoje, é acadêmico de Medicina da FMJ. Há 9 anos, Geraldo Feitosa Júnior fez um transplante de coração e está com 63 anos “graças à generosidade e gesto de amor de quem autorizou”. Disse mais ser impossível mensurar a emoção e a gratidão que ficam no coração.

No primeiro semestre deste ano, o Ceará foi líder de transplantes de córneas em todo o Brasil com 633 procedimentos ou 144 a cada milhão de cearenses. O estado também se sobressai nos transplantes de fígado, sendo o segundo no Brasil, e de coração em terceiro lugar como líder no Nordeste em ambas situações. No Brasil, o Ceará está em quinto no ranking nacional de doadores efetivos de órgãos, com taxa de 25 doadores por milhão de habitantes.