Coordenada pela professora do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT/UFCA), Celme Torres, a proposta selecionará alunas do Instituto Federal do Ceará campus Juazeiro do Norte e da  Fundação Escola de Educação Ambiental Monsenhor Murilo de Sá Barreto, parceiras do projeto. As atividades iniciam ainda este mês. 

De acordo com Celme, estão previstas outras atividades, como a estruturação de uma cartilha sobre seca e resiliência e a publicação de artigos científicos, além de um Atlas de Recursos Hídricos. Os integrantes também devem implementar um plano participativo de gestão das secas, com acompanhamento contínuo e validação junto aos comitês de bacia e comissões gestoras de recursos hídricos.

Durante os 36 meses de trabalho, previstos no edital, o Elas nas Exatas promoverá formação  das alunas, pautando temas como violência de gênero, saúde sexual e reprodutiva; e relações étnico-raciais.

“O próprio edital exige que essas formações sejam feitas. A ideia é propiciar o empoderamento das participantes, para que, ao mesmo tempo em que percebam as exatas como áreas possíveis de atuação para elas, também reflitam com mais profundidade sobre seus respectivos projetos de vida”, destaca a coordenadora.

Diagnóstico das secas na Sub-Bacia do Salgado

Segundo a UFCA, o projeto se concentrará no diagnóstico das secas na sub-Bacia do Salgado. A metodologia foi desenvolvida pelo professor Francisco Assis, do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Universidade Federal do Ceará (UFC), que é o líder da equipe do programa “Cientista-Chefe” da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap). 

De acordo com a Secretaria dos Recursos Hídricos do Ceará (SRH-CE), a sub-Bacia do Salgado, no Sul do estado, faz parte da Bacia do Rio Jaguaribe e tem uma área de drenagem de 12.865 km², que corresponde a 8,25% do território cearense. Essa bacia abrange 26 municípios, incluindo as cidades onde a UFCA possui seus cinco campi: Barbalha, Brejo Santo, Crato, Icó e Juazeiro do Norte.

A Chamada Pública CNPq/MCTI/Mulheres, organizada pelo  Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Ministério das Mulheres, buscou apoiar projetos com foco no desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação do país, por meio do estímulo ao ingresso, à formação, à permanência e à ascensão de meninas e mulheres nas carreiras de Ciências Exatas, Engenharias e Computação.