O teste clínico será liderado no Brasil pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e pode se tornar histórico para a saúde pública mundial, se os resultados forem positivos. O teste foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no começo desta semana, e faz parte de uma das várias etapas do desenvolvimento da vacina contra a hanseníase.
A LepVax foi desenvolvida pelo Access to Advanced Health Institute (AAHI), instituto americano de pesquisa biotecnológica, sem fins lucrativos, e pode ser a primeira vacina contra hanseníase no mundo. Com a moderna tecnologia de subunidade proteica, a vacina teve testes pré-clínicos promissores contra a bactéria Mycobacterium leprae, causadora da doença.
Antes de ser testada em 54 voluntários brasileiros, a vacina já teve sua segurança demonstrada em testes em 24 pessoas sadias nos Estados Unidos. As primeiras fases do estudo mostraram a segurança da vacina, sem nenhum registro de evento adverso grave. Também apontou imunogenicidade, ou seja, capacidade de estimular a resposta imunológica no paciente.
O Brasil foi um dos países escolhidos para realização dos teste, por que os pesquisadores acreditam que considerando o cenário epidemiológico do país, possivelmente o sistema imunológico de grande parte dos brasileiros teve contato anterior com micobactérias, o que pode influenciar na resposta à vacina. Cada um dos participantes receberá três doses da aplicação correspondente ao seu grupo, com 28 dias de intervalo. Se a pesquisa obtiver as respostas desejadas, esse pode ser o caminho para a população brasileira contar com uma vacina gratuita contra a doença.