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Outubro Verde: campanha alerta sobre prevenção, diagnóstico e tratamento da sífilis
No Brasil, foram registrados 25.002 casos de sífilis congênita em 2023.
Rute Oliveira
Foto: Reprodução
Instituído pela Lei nº 13.430, de 31 de março de 2017, o terceiro sábado do mês de outubro é celebrado como o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita. Com o intuito de reforçar a importância dessa causa, durante todo o mês ocorre a campanha “Outubro Verde”, que tem como objetivo conscientizar a população sobre as formas de prevenção, diagnóstico e tratamento da doença.

A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum. Ela pode se apresentar de duas formas: adquirida e congênita. A sífilis adquirida ocorre quando há transmissão por contato sexual desprotegido ou por exposição a sangue contaminado. Já a forma congênita é transmitida da mãe para o feto durante a gestação ou o parto, quando a mulher está com a infecção não tratada ou tratada de forma inadequada.

Embora frequentemente não apresente sintomas, se não for diagnosticada e tratada corretamente, a infecção pode comprometer irreversivelmente a saúde de diversos órgãos.

Queda nos casos

Em 2023, o Ceará registrou uma redução nos casos de sífilis congênita, conforme dados divulgados pelo Ministério da Saúde durante o Seminário Integrado da Sífilis, realizado em Brasília na última segunda-feira (14). O número de crianças com menos de um ano afetadas pela doença caiu de 1.453, em 2022, para 1.420 em 2023.

Em nível nacional, o Brasil registrou 25.002 casos de sífilis congênita no ano passado, o que representa uma redução de 1.511 casos em relação a 2022. Essa diminuição é atribuída ao aprimoramento do acompanhamento pré-natal e ao tratamento adequado das infecções em gestantes.

Ações de combate no Cariri

Embora a campanha de conscientização sobre a sífilis tenha seu foco principal no mês de outubro, a Associação Caririense de Luta contra a Aids e a Associação Beneficente Madre Maria Villac realizam um trabalho contínuo durante todo o ano em Juazeiro do Norte. As duas instituições atuam desde 2009, promovendo Direitos Humanos e Solidariedade na cidade e região.

“Desde o início do mês, a Associação e a ABEMAVI têm intensificado as ações de prevenção e diagnóstico precoce da sífilis. Durante outubro, estamos realizando atividades educativas e oferecendo testes rápidos nas praças e outros espaços públicos. No dia 25, faremos uma grande ação do ‘Dia D da Sífilis’ na Praça Padre Cícero”, destacou o coordenador da associação Ronildo oliveira, enfatizando o esforço das entidades no combate à doença.

Apesar da redução nos casos de sífilis congênita no Ceará, o coordenador Ronildo Oliveira alertou para o aumento nos casos de sífilis adquirida. “Nos últimos anos, houve um crescimento das taxas de infecção pela sífilis, uma vez que, sendo uma Infecção Sexualmente Transmissível, muitas pessoas ainda deixam de usar preservativo nas relações sexuais, o que contribui para o aumento dos contágios”, afirmou.

As ações de testagem da Associação Caririense de Luta contra a Aids visam promover a prevenção e o diagnóstico precoce. (Foto: Reprodução)

Sinais e sintomas

Por ser uma doença caracterizada por períodos de atividade e latência, sendo que, na fase latente, não há sintomas visíveis, a sífilis apresenta diferentes fases. De acordo com o Ministério da Saúde, os sinais e sintomas variam de acordo com cada estágio da doença, que se divide em:

Primária

  • Ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece entre 10 e 90 dias após o contágio. Essa lesão é rica em bactérias e é chamada de “cancro duro”;
  • Normalmente, ela não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar acompanhada de ínguas (caroços) na virilha;
  • Essa ferida desaparece sozinha, independentemente de tratamento.

Secundária

  • Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento e cicatrização da ferida inicial;
  • Podem surgir manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés. Essas lesões são ricas em bactérias;
  • Pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça, ínguas pelo corpo;
  • As manchas desaparecem em algumas semanas, independentemente de tratamento, trazendo a falsa impressão de cura;

Latente

  • Não aparecem sinais ou sintomas;
  • É dividida em: latente recente (até um ano de infecção) e latente tardia (mais de um ano de infecção);
  • A duração dessa fase é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária.

Terciária

  • Pode surgir entre 1 e 40 anos após o início da infecção;
  • Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.

Tratamento

O tratamento pode ser realizado em qualquer unidade básica de saúde, por meio da aplicação de penicilina benzatina (Benzetacil). Quando a infecção é detectada em gestantes, é fundamental iniciar o tratamento o quanto antes para evitar a transmissão ao bebê.

Além das ações durante a campanha, as testagens realizadas pela Associação Caririense de Luta contra a Aids não se limitam a esse período. Ao longo de todo o ano, são oferecidos atendimentos e realizados testes na sede da instituição, localizada na Rua Princesa Isabel, 1615, São Miguel, em Juazeiro do Norte.

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