UFMA escutará organizadores, participantes e artista. Foto: Reprodução
A Universidade Federal do Maranhão (UFMA) anunciou nesta sexta-feira (18), a abertura de um processo interno para apurar os acontecimentos que marcaram o primeiro dia do Encontro de Gênero, organizado pelo Grupo de Pesquisa Epistemologia da Antropologia, Etnologia e Política. No ato, a performance erótica realizada pela historiadora e artista Tertuliana Lustosa, dividiu opiniões.
O evento, que aconteceu na última quinta-feira (17), tinha como objetivo promover discussões sobre as dissidências de gênero e sexualidades. Durante a participação na atividade, Lustosa apresentou sua pesquisa e, ao final, realizou uma performance com elementos de erotismo, que gerou debates por ser considerada, por alguns participantes, inapropriada para o contexto acadêmico.
Diante da repercussão nas redes sociais, a UFMA emitiu uma nota oficial, informando que analisará o caso, com a escuta de todos. Segundo a instituição, o principal objetivo é entender se houve desvio das normas institucionais. “Como sabido, a Universidade é um espaço plural e de diálogos, dedicado ao conhecimento, à diversidade de ideias e ao respeito mútuo. Por isso entendemos que a liberdade de expressão é um pilar fundamental da academia, mas também ressaltamos a importância de se manter um ambiente harmônico e respeitoso para todos os membros da nossa comunidade”, afirma.
A UFMA destacou, ainda, a relevância do encontro para o avanço do conhecimento acadêmico sobre gênero. “Por ser um lugar de múltiplas formas de conhecimento, os cursos, de graduação e de pós-graduação, possuem autonomia para discutir os variados temas que permeiam a nossa sociedade e que se apresentam com base em diversas teorias científicas. Ressalta-se. contudo, que a UFMA não compactua com quaisquer tipos de ações que possam desrespeitar os valores e princípios basilares da instituição”.
O evento faz parte de uma agenda de pesquisa dedicada a aprofundar as questões de gênero, com base na experiência e desafios enfrentados por grupos marginalizados.