Um levantamento realizado pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), revela que 68% dos estagiários contribuem financeiramente para as despesas familiares e 22% deles consideram o estágio como necessidade para a própria fonte de sustento ou para a renda familiar.

Os dados mostram ainda que ao menos 10% dos estagiários entrevistados, são os únicos responsáveis pelo sustento da família, embora esse índice tenha diminuído em 1% em relação ao ano anterior,  ainda supera os 6% registrados em 2019.

A pesquisa foi encomendada pelo CIEE ao instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) e ouviu cerca de 12 mil estudantes. Desses, 16% afirmaram receber auxílio do Bolsa Família, 9% utilizam outros benefícios (federais, estaduais ou municipais) para se manter financeiramente, e 2% contam com o BPC (Benefício de Prestação Continuada).

Ainda de acordo com o levantamento, a média nacional da bolsa-auxílio para estagiários atingiu, neste ano, o valor de R$ 1.108,10. Esse valor é destinado principalmente ao pagamento de mensalidades escolares (32%), seguido por despesas familiares (16%), alimentação (11%) e moradia (9%). Outros 32% da bolsa-auxílio são gastos com necessidades que variam entre os estudantes.

No perfil dos estagiários, as mulheres são maioria, representando quase 70% do total. A média de idade é de 25 anos, com 53% dos estagiários se autodeclarando pretos ou pardos, e 40% brancos.

Em relação à formação acadêmica, 54% dos entrevistados estudam em instituições particulares, e 19% não falam inglês. No setor de atuação, 75% dos estagiários trabalham em órgãos públicos. O formato presencial é predominante, sendo adotado em 85% dos casos.