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MPCE pede que trio seja condenado por outro homicídio no Benfica
Os três homens também foram acusados pela Chacina do Benfica, mas apenas dois deles foram condenados pelas mortes. Assassinato ocorrido dois meses antes da matança teria sido motivado pela guerra entre as facções criminosas
Redação
Bairro Benfica foi palco de assassinatos no ano de 2018, como a Chacina (com sete vítimas) e a execução de Davi de Souza - Foto: Cid Barbosa

O Ministério Público do Ceará (MPCE) é a favor de que Douglas Matias da Silva, Francisco Elisson Chaves de Souza e Stefferson Mateus Rodrigues Fernandes voltem ao banco dos réus, por outro homicídio ocorrido no bairro Benfica, em Fortaleza. O trio já foi julgado pela Justiça Estadual pelo episódio que ficou conhecido como Chacina do Benfica, sendo que dois deles foram condenados pelas mortes.

O promotor de Justiça Marcus Renan Palácio entregou os memoriais finais à 1ª Vara do Júri de Fortaleza no último dia 24 de março e aguarda manifestação das defesas. O representante do MPCE pede a condenação dos três homens pelos crimes de homicídio, porte ilegal de arma de fogo e organização criminosa.

Conforme a acusação, Douglas Matias, Francisco Elisson e Stefferson Mateus estavam em um veículo e perseguiram Davi Cavalcante de Sousa, que trafegava em uma bicicleta, na Rua Marechal Deodoro, na noite de 2 de janeiro de 2018. Em determinado ponto, os acusados saíram do veículo e começaram a atirar. Davi se escondeu dentro de um estabelecimento comercial, mas foi localizado e morto com pelo menos seis disparos.

O motivo do crime, apontado pela investigação, é a disputa pelo tráfico de drogas entre facções criminosas na região. Familiares da vítima reconheceram à Polícia que ele usava e vendia drogas e, pouco tempo antes do assassinato, ouviram falar que ele teria trocado a clientela.

O MPCE ainda acrescentou duas qualificadoras ao crime de homicídio: torpeza, “uma vez que o fato se deu em decorrência de conflito existente entre facções criminosas para a prática da mercancia de drogas”; e surpresa, “posto que o modus operandi empregado impossibilitou qualquer chance de defesa da vítima”.

A defesa dos acusados não foi localizada. Durante o processo, a defesa de Stefferson, representada pela Defensoria Pública do Ceará, afirmou que, ao analisar o Inquérito Policial, “não se chega num primeiro momento a visualizar a autoria do delito”. “Não foi possível se dizer que estamos no calor de uma contenda pela disputa de áreas para o comércio de substâncias entorpecentes, tudo não saindo da esfera do ouvi dizer, sem rastreio numa prova segura que possa definir os tipos penais”, completou.

Chacina

Dois meses após a execução de Davi, no dia 9 de março de 2018, sete pessoas foram mortas a tiros, em pontos próximos, no mesmo bairro. Para a Polícia Civil, Douglas Matias, Francisco Elisson e Stefferson Mateus estavam novamente na cena do crime.

Entretanto, para o júri popular e para o próprio Ministério Público (que mudou de opinião sobre Elisson no julgamento), apenas Douglas e Stefferson participaram da Chacina do Benfica. O primeiro negou a autoria dos crimes, mas foi condenado a 189 anos de prisão; e o segundo assumiu os assassinatos, pediu desculpas e foi sentenciado a 170 anos de reclusão. O julgamento ocorreu no dia 6 de novembro do ano passado.

Já Elisson foi inocentado pelos homicídios e condenado a quatro anos de prisão por integrar a organização criminosa. Ele provou para os jurados, com ajuda de testemunhas, que estava em Paracuru, na noite da matança.

Diário do Nordeste

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