Partida entre Boca Juniors e Independiente de Medellin pela Libertadores 10/03/2020 REUTERS/Agustin Marcarian Foto: Reuters
Jogadores de futebol profissionais muitas vezes vivem sozinhos em um país estranho, longe de suas famílias, e trabalham em uma profissão com muita adrenalina, em que podem ser heróis em um dia e esquecidos no outro.
Não é de surpreender que eles estejam propensos a problemas de saúde mental, e o sindicato mundial de jogadores (FIFPro) diz que a incerteza causada pela nova crise de coronavírus vai piorar as coisas, com mulheres especialmente vulneráveis.
“A saúde mental tem uma grande importância”, disse o secretário-geral do FIFPro, Jonas Baer-Hoffmann, em entrevista à Reuters Television.
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“Em estudos realizados ao longo dos anos, observamos que há riscos elevados de ansiedade e problemas psicológicos diferentes para jogadores em comparação com a população em geral, porque é um trabalho tenso e arriscado para a maioria deles e (isso) piora”.
O futebol foi paralisado em todo o mundo pela pandemia, com ligas domésticas suspensas e Euro 2020, Copa América e o torneio olímpico de futebol adiados por um ano.
Jogadores importantes estão sendo pressionados a aceitar cortes salariais para ajudar seus clubes na paralisação, porém o FIFPro diz que essa não é uma opção para muitos fora das maiores ligas que frequentemente lutam para sobreviver.
“Temos muitos jovens que estão sozinhos, fora de seus países de origem, eles geralmente não têm apoio familiar nesses países e muitos deles literalmente têm contratos de trabalho de um ano”, disse Baer-Hoffmann.
“Isso cria uma enorme angústia sobre se eles terão algum tipo de renda no final desta temporada.”
Em uma pesquisa publicada em 2015, o FIFPro constatou que 38% dos jogadores ativos e 35% dos ex-profissionais enfrentaram problemas de depressão ou ansiedade em algum momento.
Baer-Hoffman destacou que as jogadoras podem ter mais dificuldades, pois suas condições de vida geralmente são inferiores às dos jogadores do sexo masculino.
Terra