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Fecomércio apoia empresários, trabalhadores, artístas e comunidades vulneráveis
Iniciativas culturais, ações sociais, formação e elaboração de propostas integram uma série de ações capazes de minimizar perdas com pandemia
João Boaventura Neto
Fecomércio apoia empresários, trabalhadores, artístas e comunidades vulneráveis
Fecomércio apoia empresários, trabalhadores, artístas e comunidades vulneráveis (Foto: Ascom)

O ano era 1945. Na saúde pública, surtos de poliomielite e tuberculose geravam pânico na população. A passagem de país agrícola para industrial marcou a expansão do comércio e uma nova dinâmica social, trazendo mudanças profundas e conflitos sociais.

O Estado não tinha condições de responder sozinho a todas as demandas de serviços sociais e a qualificação da mão de obra para um novo contexto de mercado.

A histórica Conferência das Classes Produtoras, realizada em maio de 1945, é um marco. O documento assinado na ocasião, A Carta da Paz Social, fruto da união nacional, é até hoje atualíssimo. Expressa o espírito de solidariedade, de respeito e de compreensão, entre os empresários e o governo.

E foi assim que surgiu a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará – Fecomércio, que atua, desde o seu início, na representatividade e na defesa das principais causas das empresas do comércio e no desenvolvimento dos comerciários e da comunidade em geral, por meio de iniciativas que visam educar, melhorar e transformar vidas, além de assegurar uma sociedade mais justa e com oportunidades para todos.

Desde o início deste ano, e, mais especificamente no Brasil, a partir de março, temos sido surpreendidos e postos à prova, a exemplo do que ocorria no País na década de 1940. Como instituição inserida nesse contexto, o Sistema Fecomércio-CE, formado pelo Sesc, Senac, IPDC, está também focado numa ação coletiva e na oferta de estudos e alternativas.

Assim, desde a primeira hora, tão logo as medidas de isolamento social tornaram-se necessárias, o Sistema Fecomércio tem ofertado atividades, promovido ações, fornecido dados e realizado atividades capazes de colaborar na tomada de decisões, minimizar prejuízos, proporcionar alívio e soluções coletivas.

Uma das iniciativas mais recentes da Fecomércio foi a apresentação de dados econômicos, estudos de impactos e sugestões consistentes que possam balizar o governo estadual de modo a permitir, num menor espaço de tempo, mas de forma cautelosa, planejar a retomada das atividades econômicas.

Os números levantados não deixam dúvidas: o comércio, indústria, agricultura e serviços/turismo cearenses, composto por empresas de vários portes, representam 1.080.000 empregos formais no Estado. O equivalente a 73,33% de todos os empregos gerados no Ceará, com uma participação de 76,31% do PIB estadual.

Como informa documento, denominado “Premissas para a Retomada”, produzido pela Fecomércio Ceará:

“Em duas décadas não houve registro de interrupção tão drástica das atividades comerciais como a que o setor tem experimentado desde o aumento no número de casos de Covid19 no Brasil. Segundo estimativas iniciais da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em dez unidades da Federação responsáveis por 72,5% do volume de vendas do varejo nacional, o impedimento à operação de estabelecimentos comerciais levou a atividade varejista destas regiões a uma perda real de faturamento de R$ 53,3 bilhões até o dia 07 de abril – volume equivalente a uma retração de 46,1% na comparação a igual período do ano passado.

No Ceará, no mesmo intervalo de tempo, a perda financeira foi de R$ 1,26 bilhão, considerando o comércio não essencial na Capital e de shopping centers no Estado, com 72% dos estabelecimentos do varejo fechados, de acordo com a CNC. A movimentação de consumidores recuou 76% em relação ao fluxo usual, considerando o varejo geral e de entretenimento, acima da média nacional que caiu 71%.

Ao longo dos últimos dois meses, a instituição realizou diversos estudos direcionados aos empresários do comércio para levantar os principais impactos do Coronavírus no comércio cearense e também pesquisas acerca da expectativa dos empregados do comércio.

O IPDC avaliou ainda o clima organizacional, quanto ao processo de isolamento social por conta do coronavírus, e mais duas pesquisas abordaram a percepção dos consumidores e usuários do Sesc e do Senac, também abordando esse período da pandemia.

Além disso, o Instituto deu continuidade ao cronograma das Pesquisas realizadas já mensalmente. Em abril, dois levantamentos foram divulgados: a pesquisa Índice de Expectativas dos Especialistas em Economia (IEE), feita em parceria com o Conselho Regional de Economia (Corecon-Ce), colheu no período março-abril as expectativas de 105 especialistas em economia. Os resultados da pesquisa refletem sobretudo o avanço da pandemia da Covid-19 no Brasil e no mundo.

A outra pesquisa também lançada neste mês, foi a de Endividamento do Consumidor de Fortaleza, que tem como objetivo indicar a capacidade de endividamento do consumidor visando conhecer o comprometimento financeiro desse, em relação ao comércio local. Quatro indicadores distintos são verificados nessa pesquisa: Taxa de Consumidores com Contas ou Dívidas em Atrasos; Taxa de Comprometimento da Renda do Consumidor; Taxa de Inadimplência em Potencial e Planejamento Financeiro e Orçamento Familiar.

Diálogo com Município e Estado

Desde o dia 21 de abril, a Fecomércio Ceará integra o Grupo de Trabalho Estratégico, criado pelo Governo do Estado, para pensar as medidas necessárias para a retomada das atividades econômicas no Ceará.

Juntamente com representantes do Executivo, entidades da sociedade civil e demais instituições do setor produtivo, a Fecomércio participa de várias reuniões do Grupo a fim de apresentar um plano que contemple a identificação e a forma de acompanhamento das ações necessárias ao “rápido e seguro restabelecimento da economia cearense impactada pela COVID-19”.

A Fecomércio Ceará também integra o Comitê Estadual de Enfrentamento ao Coronavírus, formado por 25 órgãos e instituições do Ceará, além dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

O Comitê se reúne permanentemente para avaliar o quadro no estado, no país e no mundo, e traçar estratégias e ações para combater os efeitos do coronavírus no Ceará.

Tudo em Casa Fecomércio

Outra iniciativa promovida, desde o início do período da pandemia e do consequente isolamento social, foi a plataforma Tudo em Casa Fecomércio. Reunindo conteúdo educativo e de entretenimento em um só lugar, facilitando a busca de atividades, informações e interação à distância.

Como forma de promover conhecimento, o Senac CE convidou especialistas, instrutores e empresários para participar de lives, que levaram ao público debates sobre gestão dos negócios e tendências no novo cenário mundial, além de dicas para profissionais autônomos e de empreendedorismo nos diversos segmentos. Nas primeiras semanas, mais de 50 atividades já foram disponibilizadas.

E em cinco edições, o Sesc Ceará deu visibilidade para 206 trabalhos artístico-culturais, reunindo mais de 513 artistas e demais profissionais da cultura, que se credenciaram nos chamamentos públicos de 2019 e 2020. De casa, os músicos, atores, cantores, contadores de histórias, escritores, dentre outros, recebem cachê do Sesc e enriquecem a programação #tudoemcasafecomercio. A iniciativa também é uma forma de fomentar os artistas e toda a cadeia produtiva que envolve a cultura no Ceará. No total, a programação do Sesc no Tudo em Casa Fecomércio contabilizou um público de mais de 60 mil espectadores.

Educação a Distância

Considerado a melhor escola de educação profissional do país, o Senac tem forte atuação em Educação a Distância (EAD). Há décadas, prepara pessoas para o mundo do trabalho e empresários de todos os tamanhos para iniciar ou reforçar seus negócios. Nesse período, o Senac EAD ampliou sua atuação com a oferta de cursos mais curtos, alguns com aplicação prática. De março a abril, foram 60.000 vagas gratuitas nacionalmente, além da oferta de cupons de desconto.

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