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Mulher mais idosa do Ceará completa 115 anos hoje em Juazeiro do Norte
Dona Julia nasceu no dia 5 de maio de 1905 em Alagoas e chegou a Juazeiro quando tinha apenas 20 anos e a cidade se preparava para comemorar os 14 anos de emancipação política.
Demontier Tenório
Mulher mais idosa do Ceará completa 115 anos hoje em Juazeiro do Norte
Nesta terça-feira Dona Julia completa 115 anos de idade (Guto Vital/Agência Miséria)

A aposentada Julia Amélia da Conceição está completando 115 anos nesta terça-feira e deve ser uma das mulheres mais idosas do mundo rumo à longevidade da francesa, Jeanne Louise Calment, que morreu com 122 anos, um recorde na história mundial. Ela mora na Rua São Benedito, 1585 em Juazeiro do Norte e veio residir com os pais na terra de Padre Cícero tendo aqui chegado em fevereiro de 1925 procedente de Santana do Ipanema (AL).

Por coincidência, a mulher tida como mais longeva do Brasil é, também, alagoana. Este ano, Josefa Maria da Conceição completou 118 anos no município de Pilar (AL) e pode entrar para o Guinness Book como a pessoa mais velha do mundo. Ela nasceu no dia 7 de fevereiro de 1902 e teve 22 filhos com quatro vivos, 36 netos, 36 bisnetos e 42 tataranetos. Apesar de não largar o fumo – hábito que começou na infância – Dona Josefa vive bem.

Segundo ela, o segredo da longevidade é dormir bem e se alimentar bem não dispensando a comida da roça como macaxeira, inhame, batata, feijão de corda, fava, milho, fubá de milho, amendoim e outros mais. O prefeito do Pilar, Renato Filho, esteve na casa da idosa e entrou em contato com a equipe do livro dos recordes para que seja reconhecida como a pessoa mais velha do mundo.

No caso da idosa residente no bairro Franciscanos em Juazeiro, vive deitada a maior parte do tempo e até diz que a saúde está boa. “Só em a gente estar viva”, resumiu. Por conta da pandemia do coronavírus todos os cuidados são tomados e ela só tem contato apenas com a sua sobrinha e cuidadora, Ivani Pereira Silva. Tal e qual a sua conterrânea de Alagoas, se alimenta bem

Logo cedo, Dona Julia toma café com leite e bolacha até a hora do almoço quando lhe é servida uma canja. Um pouco mais tarde, um suco de maça ou mamão encerrando as refeições do dia com um mingau. O prato predileto dela era galinha caipira com pirão, mas isso ficou apenas na vontade. No ano passado, ainda saiu de casa para almoçar na residência de um parente, mas, este ano, não será possível qualquer tipo de comemoração.

Uma coisa que a deixava feliz era frequentar a igreja, principalmente aos domingos, mas ficou no passado. No momento, a obrigação da “Prova de Vida” determinada pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) está suspensa evitando o incômodo de ter que ir a agência na Rua Santa Luzia no centro de Juazeiro. Dona Julia nasceu no dia 05 de maio de 1905 e quase já não enxerga e nem escuta direito, além de reclamar dores nas pernas e enfrentar dificuldades até para dormir.

Ela costumava recordar com orgulho o fato de ter se ajoelhado algumas vezes diante do Padre Cícero para pedir a benção e tocar a batina do sacerdote. Quando chegou a Juazeiro tinha apenas 20 anos e a cidade se preparava para comemorar os 14 anos de emancipação política. Além disso, Padre Cícero ainda viveria mais oito anos e, por diversas vezes, esta romeira alagoana esteve na casa dele a qual, como lembra, era sempre repleta de fiéis. Também recorda o triste dia da morte do “Padim”.

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