Um estudo divulgado nesta segunda (25) pela Universidade Federal de Pelotas aponta que, pelo menos, 8,7% da população em Fortaleza possui anticorpos para o novo coronavírus, responsável pela pandemia de Covid-19. De acordo com a pesquisa, Fortaleza é a capital do Nordeste com maior prevalência dessa taxa de presença da doença.
Na lista de capitais com percentuais mais altos da população com anticorpos, Fortaleza está em quarto lugar. Em primeiro está Belém, com 15,1%, seguida de Manaus, com 2,5% e Macapá, com 9,7%. No nordeste, Fortaleza lidera o índice de infectados. Em segundo está a cidade de Recife com 3,2%, e em terceiro lugar Maceió, com 1,3%.
O número estimado foi obtido após 200 ou mais entrevistas e testes em 21 das 27 capitais brasileiras. Os testes foram colhidos entre os dias 14 e 21 de maio. Ao todo, 133 cidades participaram do estudo, no qual os domicílios e pessoas testadas foram escolhidos por sorteio. Em 90 delas, o número de mais de 200 entrevistas foi alcançado.
Levantamento em cidades
Segundo o EPICOVID19-BR, nome dado à pesquisa, a possibilidade de subestimativa da quantidade de infectados pelo coronavírus em solo brasileiro é grande. Os números revelam que, para cada único caso confirmado nas cidades do país, sete confirmações reais devem ser levadas em consideração. Os pesquisadores apontam que os resultados são preocupantes, pois mostram que parte da população não sabe que é portadora do vírus.
Quando o dado é levado em consideração, o estudo aponta uma proporção de pessoas com anticorpos estimada em 1,4%, com uma variação de 1,3% a 1,6% pela margem de erro. Sendo assim, a taxa pode indicar que 760 mil brasileiros nestas áreas analisadas já foram infectados.
No entanto, no dia 13 de maio, dia anterior ao início da pesquisa, o número oficial de casos confirmados no Brasil era de 104.782.
Etapas
Ao todo, três etapas da pesquisa foram concluídas no Rio Grande do Sul. No estado e nas demais cidades brasileiras, pesquisadores do Ibope participantes do estudo fizeram 25.025 entrevistas, portando os equipamentos de proteção individual.
Em oito dias, os testes rápidos foram aplicados em 133 municípios, incluindo o Distrito Federal. No Ceará, o levantamento expõe que 70,9% dos testes previstos para a colheita dos dados foram realizados.
Diário do Nordeste