Nesta sexta-feira transcorre exatos 20 anos da morte de João Ferreira de Silva, o “João Peitudo”, que faleceu aos 62 anos – vítima de um infarto fulminante – e dizia ser filho caçula de Virgulino Ferreira da Silva e Maria Déa, os cangaceiros Lampião e Maria Bonita. No ano de 1938, e recém-nascido com apenas 42 dias, ele teria sido deixado pelos pais aos cuidados de Aurora da Conceição, na região do Cariri. Logo depois, Lampião e Maria Bonita morreram numa emboscada policial em Sergipe.

Na década de 80 Dona Aurora residia na Rua da Glória no centro de Juazeiro e, já com a idade bem avançada, decidiu contar para o ex-lutador de boxe que o mesmo era filho de lampião. Esse fato causou grande repercussão no que extrapolou o contexto do município e “João Peitudo” passou a se apresentar como filho de Lampião e Maria Bonita onde chegava. Segundo relatos, o cangaceiro ía para uma batalha e decidiu deixar o filho em poder de Dona Aurora.

Com o objetivo de identifica-lo quando retornasse, Lampião furou as duas orelhas de João com um punhal, mas nunca voltou. Na época da descoberta, ele tinha pouco mais de 40 anos de idade e passou a sofrer com a desconfiança sobre essa história. Ele se submeteu a dois exames de DNA para tirar as dúvidas sobre sua filiação, mas os resultados foram considerados inconclusivos. Inclusive a neta de Lampião e Maria Bonita, Vera Silva, sempre contestou esse fato.

Ela costumava dizer que as pesquisas sobre o tema revelavam que os cangaceiros não marcavam os filhos com nenhum tipo de ferimento. Outro engano apontado por ela refere-se à data de nascimento quando João teria nascido no ano de 1942 época em que “meus avós já estavam mortos”. Mais veio um novo fato: No dia 17 de abril de 1994 um exame de DNA, feito nos Estados Unidos, teria comprovado a paternidade de João Peitudo como sendo do líder do cangaço, porém a polêmica nunca deixou de existir.