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Jornal revela conteúdo de negociatas entre Darlan Lobo e ex-policial preso por extorsão
Matéria traz trechos exclusivos de conversações que mostrariam uma articulação entre o vereador e ex-policial militar.
Redação
João Paulo Ramos
(Reprodução)

Uma matéria do Jornal do Cariri, publicada no início desta manhã, traz trechos exclusivos de conversações que mostrariam uma articulação entre o vereador e presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Juazeiro do Norte, Darlan Lobo (PTB), e o ex-policial militar e youtuber João Paulo Ramos, preso por extorsão no início deste mês de março, após ser denunciado pelo vereador Márcio Jóias. 

Os áudios comprovariam o interesse do presidente da Câmara em seguir com o processo contra o prefeito Glêdson.“O processo para continuar foi 20 (R$ 20 mil). Tá faltando mil (R$ 1 mil) ainda. Nem a palavra, ele cumpriu”, diz João Paulo em um dos arquivos, argumentando que Darlan não cumpriu com o prometido. 

Ainda de acordo com o jornal, João Paulo diz, em um dos áudios, que pensou em desistir, mas foi encorajado por um advogado, chamado Igor, a continuar. “Aí, eu disse: rapaz, eu vou tirar esse processo […]. Aí, falei para o advogado, Dr. Igor, aí ele disse: ei bicho, pois não tire não. Tem um cabra ali que tem interesse nesse processo teu aí, porque vai cassar a chapa (Glêdson e Giovanni) e ter nova eleição”. No dia 1º de março, o juiz da 3ª Vara Cível, Renato Esmeraldo, suspendeu a tramitação do processo na Câmara de Juazeiro.

Em outro áudio, João Paulo teria falado sobre o jogo perigoso em que está e revela extorsão a prefeitos. “Eu ‘tô’ hoje em mais de 10 municípios. O menor que eu tenho é três contos (R$ 3 mil). Agora, faça as contas. Oxe, tô comprando um carro zero pra mamãe, de R$ 130 mil. Ia comprar; é porque não tinha lá”.

Questionado sobre a possibilidade de Darlan não cumprir com o acordo, já que ainda faltaria 1 mil reais, João Paulo teria revelado que o esquema começou ainda na campanha eleitoral. “Não é que Darlan não cumpriu, deixe eu explicar. Eu fiz uma situação com ele (Darlan) na campanha, por R$ 20 mil. Aí fechei, pronto, beleza. Ali né um acordo? Você tem que cumprir esse,”. Darlan teria prometido outros R$ 200 mil, caso a cassação de Glêdson fosse concretizada.

João Paulo teria afirmado que recebeu, do presidente da câmara, material para fazer denúncias. “Ele (Darlan) me manda as coisas. O que ele me manda, eu olho o que dá pra publicar e o que não dá, entendeu?”. A rede de extorsão montada por João Paulo incluía, além de prefeitos, outros vereadores. Segundo o jornal, nas gravações, o vereador Fábio do Gás (Rede) chegou a pagar 12 mil reais para ter seu nome preservado no canal. João Paulo já planejava extorquir outros parlamentares. “Ei, só tem ele (Marcio Joia) não. Tem Adauto, tem tanto, tem tanto…”

Segundo João Paulo, seus acordos teriam o prazo de 1 ano. “O que é que eu digo sempre: meus acordos é de um ano. Depois começa de novo. Não é para a vida toda não. É um ano. Se quiser acertar é desse jeito. Se não quiser, deixe pra lá”. Antes do desfecho final, João Paulo teria dado um conselho ao negociador, que falava em nome de Márcio Joias: “Cuidado só nas gravações. Se ele gravar, nós se acerta tudim assim, começa o faroeste”, afirmou.

O jornal afirma que entrou em contato com o vereador Darlan Lobo (PTB) através de diversos canais, mas não teria obtido uma devolutiva até o fechamento da matéria.

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