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De delivery a cursos online: empreendedores de Várzea Alegre apostam em alternativas para driblar crise
Emanuel Máximo
Centro comercial de Várzea Alegre Foto: Emanuel Máximo/Agência Miséria

Neste segundo ano de pandemia da Covid-19, 82% dos negócios cearenses apresentam queda no faturamento, segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), coletados entre os dias 25 de fevereiro e 1 de março de 2021. Em Várzea Alegre, município caririense com pouco mais de 40 mil habitantes, empreendedores buscam alternativas para driblar os impactos negativos da crise. Mesmo assim, as dificuldades se acumulam e o futuro continua incerto. 

Segundo Maria José Cavalcante, 49 anos, comerciante e presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Várzea Alegre, as maiores dificuldades enfrentadas por eles é o desaquecimento do mercado. “Tal situação vem gerando também desconfiança e desmotivação nos clientes e funcionários, prejudicando sensivelmente a arrecadação.”, complementa. 

Vinicius Costa, 30 anos, proprietário de uma pastelaria e pizzaria, sentiu o impacto da pandemia em seu comércio logo que decidiu empreender no ramo. O negócio começou seis meses antes da pandemia e, com o início da crise, o faturamento caiu em 40%. 

Já no setor de eventos, com as restrições sociais dos decretos estaduais, Ana Beatriz Bezerra, 29 anos, maquiadora, também viu o seu empreendimento ser severamente afetado pela crise pandêmica. “Antes da pandemia estava tudo indo bem, mas depois parou de vez e o que aparecia eram algumas maquiagens para ensaio fotográfico, porém pouquíssimas”. Ela estima que a procura pelos seus serviços teve uma redução de 90%.

DELIVERY E VENDAS ONLINE 

O modo delivery é uma das principais apostas para segurar o comércio, mas Vinicius ainda vê dificuldades nesta modalidade: “A venda delivery se torna apenas um complemento. Os custos precisam da venda no local. Ainda existe a dificuldade de você entregar o produto com a mesma qualidade e com o menor tempo.” Ele acrescenta que uma outra forma de manter os lucros, tem sido o investimento em vendas online e em anúncios pagos pelas redes sociais.

Ana Beatriz também recorreu às tecnologias e criou um curso de automaquiagem online. Ela diz que a alternativa encontrada nas redes sociais foi o que salvou a sua renda durante todo o ano de 2020, mas reforça a necessidade de retorno do comércio: “Acredito que está na hora de olhar para os trabalhadores. Já passamos de um ano e muitos setores, como o de eventos, ainda estão desamparados.”. 

FUTURO INCERTO

A expectativa para a retomada do comércio ainda é de insegurança. A esperança dos comerciantes locais é que a chegada da vacinação provoque um aumento no volume das vendas. Segundo, Maria José, a presidente da CDL de Várzea Alegre, levará tempo para o comércio voltar à normalidade. Não tem como estimar qual será o tamanho do desemprego e das falências empresariais no mundo pós-pandemia, ela diz, mas acredita que lentamente o mercado voltará a se restabelecer. “Acreditamos que em menos de um ano o comércio possa estar respirando sem o uso de aparelhos.”, conclui.

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