Compartilhar
Publicidade
Publicidade
Política

Paulo Junior

Paulo Junior é jornalista formado pela Universidade Federal do Cariri (UFCA). Cobre o ambiente político desde as primeiras atividades na área, tendo desenvolvido pesquisas também nesse ramo, especialmente através de estudos do HGPE. Desde 2020 produz artigos de análise de conjuntura com viés opinativo, porém, guiado sempre pela observância dos fatos.

Política

Paulo Junior

Paulo Junior é jornalista formado pela Universidade Federal do Cariri (UFCA). Cobre o ambiente político desde as primeiras atividades na área, tendo desenvolvido pesquisas também nesse ramo, especialmente através de estudos do HGPE. Desde 2020 produz artigos de análise de conjuntura com viés opinativo, porém, guiado sempre pela observância dos fatos.

Juazeiro do Norte: no debate entre Fernando e Glêdson quem venceu foi o ‘direito de resposta’
Os dois candidatos a prefeito de Juazeiro do Norte protagonizaram o 1° debate das eleições 2024 nessa quarta-feira (14). Ao longo de 1h30 faltou proposta.
Fernando Santana (PT), Glêdson Bezerra (Podemos). Fotos: Reprodução

Para os juazeirenses a noite de ontem (14) foi marcada pela realização do primeiro debate entre os candidatos a prefeito da cidade. O encontro, realizado pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação, ocorreu na capital cearense e começou já próximo das 23h. Horário ingrato ao trabalhador. O palco do programa foi ocupado por Glêdson Bezerra (Podemos), que disputa a reeleição, e por Fernando Santana (PT), principal nome da oposição na cidade.

Em cinco blocos, se viu pouco a cidade de Juazeiro do Norte. Entre acusações e trocas de farpas, é possível dizer que o grande vencedor do debate foi o ‘direito de resposta’, já que ao menos quatro foram concedidos. O prefeito mostrou-se nervoso em alguns momentos e subiu o tom quando deveria acalmar-se. Já Fernando mostrou-se demasiadamente apegado aos seus padrinhos políticos; na ânsia de citá-los, por vezes deixou observações sobre o município em segundo plano.

O debate durou cerca de 1h30, tempo razoável para buscar demonstrar ao eleitor qual diagnóstico de cidade feito por cada uma das campanhas, bem como apontar dentro de seus planos de governo aquilo que é indicado como solução para os diametrais problemas urbanos vividos. Entretanto, as proposituras ficaram, em ambos lados, no campo da superficialidade. Falou-se muito do outro, apontou-se muito o dedo, esquecendo-se de olhar na cara do eleitor que, até altas horas, buscava uma resposta para os dilemas que o aflige.

Ao falar sobre educação, nenhum dos candidatos disse de modo objetivo o que fará para conduzir a progressão dos índices de ensino no município. Não se falou sobre uma política pública de ensino que seja marca para os próximos quatro anos de administração. Não se se conduz transformações educacionais sem metas, e quem viu o debate dessa quarta-feira (14)  certamente não sabe quais são as metas dos postulantes a prefeitura de Juazeiro do Norte.

Neste mesmo trajeto é possível citar o ambiente da saúde, tema que apareceu em mais de uma oportunidade do confronte. E em todas elas a camada proeminente foi a do ataque e da troca de farpas. Entre um dado solto aqui e uma ironia acolá, o programa de governo dos candidatos se perdeu, e não sendo encontrado por eles, também não foi apresentado ao eleitor.

Ainda no espaço da saúde, é importante dizer que houve uma lembrança do gestor dos louros alcançados em sua administração, da inauguração do Hospital Infantil Maria Amélia e o crescimento em rankings nacionais. Todavia, não enfrentou de maneira direta um dos maiores gargalos de sua gestão, a dificuldade na marcação de exames e consultas.

Outro tema que ganhou bastante tempo dos candidatos foi a limpeza pública. No entanto, acontece o mesmo que nos já citados aqui, não se notou a demonstração daquilo que se projeta para o futuro. Portanto, neste quesito o debate se dividiu entre afirmativas de “cidade suja”, “a cidade nunca esteve tão limpa”, “economizamos” e “você cortou serviços”. O tema também marcou o confronto direto no âmbito corrupção, praticamente de dedo em riste, um acusou o outro.

No contexto de segurança pública, o debate foi colocado em um lugar complexo, já que o papel da Guarda Civil Metropolitana (GCM) foi apenas tacitamente tocado. Fernando pregou parceria com o Estado e a União para sanar o problema, porém, uma política pública municipal transversal também é necessária. Glêdson retomou a afirmação de que armou a GCM, entretanto, também vale a mesma ressalva, porque somente armamento não soluciona a insegurança sentida, em muitos casos aumenta.

Enfim, foi apenas o primeiro debate, há outros pela frente e toda uma campanha para ser vista. Talvez no próximo confronto os políticos se assentem mais nos problemas da cidade, e troquem as farpas pelas propostas. Talvez encontrem seus planos de governo e os utilizem como guias de uma futura gestão. Gestão que precisa ser debatida com o eleitor.

No mais, entre um ‘direito de resposta’ aqui outro acolá, os debates serão sempre úteis e importantes. No fim, espera-se, apenas, que este artigo também tenha uma mão levantada requerendo direito de resposta.

Assista a íntegra do debate clicando AQUI 

Compartilhar
Avalie esta notícia
Comentar
Publicidade