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9 de junho, Dia da Imunização: por que é importante se vacinar?
A médica diretora nacional de Infectologia do Sistema Hapvida, Dra. Silvia Fonseca, e o historiador Carlos Furtado responderam ao Site Miséria.
Alan Clyverton

Em 9 de junho, o Brasil comemora o Dia da Imunização. É através dela que o país controla dezenas de doenças que poderiam custar a vida de milhões de brasileiros todos os anos. A pandemia de Covid-19 trouxe, mais que nunca, essa importância à tona.

De acordo com o Vacinômetro do Governo do Estado do Ceará, atualizado na última segunda-feira (7), já foram aplicadas 3.066.573 doses de vacinas contra a Covid-19 em todo o estado. Sendo 1.088.115 correspondentes à segunda dose.

As aplicações de vacinas, como a contra a Covid-19, por exemplo, têm contribuído para a queda vertiginosa no número de mortes registradas por doenças infecciosas. Mesmo aprovadas pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), os imunizantes ainda são alvo de ataques movimentos negacionistas e antivacina.

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, formulado em 1973, aplica as vacinas que são recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Todas consideradas seguras e eficazes, como as em uso contra a Covid-19 já autorizadas pelos cientistas da Anvisa. O objetivo do PNI é coordenar as ações de imunização.

De acordo com o DataSus, a proposta básica para o Programa foi aprovada em reunião realizada em Brasília, em 18 de setembro de 1973, presidida pelo então Ministro Mário Machado Lemos e contou com a participação de renomados sanitaristas e infectologistas, bem como de representantes de diversas instituições.

 

“Na história da doença brasileira tivemos vários momentos de pânico e incertezas”

(Foto: Arquivo Pessoal)

Ao Site Miséria, o historiador Carlos Furtado apresenta como as epidemias e o controle delas marcam a história brasileira. “Na história da doença brasileira tivemos vários momentos de pânico e incertezas, assim foi a partir dos anos 1850 com o surgimento da febre amarela que, dado a massificação das fazendas de café no Vale do Paraíba e nos estados confinantes, foram essenciais para sua disseminação. Como também os surtos de cólera que invadiam o Brasil vindos da Índia e Europa”.

Carlos também fala como a ocorrência delas interferiram na forma como o Brasil lida com epidemias hoje e o auxílio da imunização para isto. “A virada do século XIX foi um período em que o Brasil teve que lidar com surtos de peste bubônica, varíola e a febre amarela que assolaram o Rio de Janeiro e o mesmo serviu como um laboratório. […] Buscando medidas sanitárias para se livrarem dessas moléstias que afetavam a população, medidas como a demolição de casebres e a vacinação compulsória, foram formas de combater o mal”.

 

“Vacinas são uma das mais eficientes maneiras de controlar infecções e diminuir mortes”

(Foto: Ascom Hapvida)

A médica diretora nacional de Infectologia do Sistema Hapvida, Dra. Silvia Fonseca, endossa ao Site Miséria a importância da vacinação para a construção do bem-estar social. “Vacinas sempre fazem mais bem do que mal. Por exemplo, a chance de uma criança morrer de sarampo é de 1 até 15 em mil. A chance de uma criança morrer depois da vacina de sarampo é zero”.

A profissional também ressalta que a imunização em massa pode erradicar um mal maior e contribuir para a melhora de vida das pessoas. “Quando a grande parte da população está vacinada, os agentes infecciosos, sejam vírus ou bactérias, não conseguem circular e causar doenças. O melhor exemplo é com a varíola, infecção grave que causava surtos que levavam a cegueira, cicatrizes na pele horríveis e até morte. Esta infecção causada por um vírus foi eliminada da face da Terra quando um grande esforço mundial fez acontecer a vacinação em massa de todos”.

Em face ao vírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19, a médica ressalta que os cuidados devem continuar mesmo após a vacinação. “As pessoas vacinadas para Covid tem que continuar usando máscara, praticando distanciamento social, usando álcool gel, porque, mesmo vacinadas, podem ter infecção leve e transmitir para quem não foi vacinado”.

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