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Cariri lembra hoje 30 anos da morte do escritor que melhor historiou a região
Demontier Tenório
Cariri lembra hoje 30 anos da morte do escritor que melhor historiou a região
Joaryvar Macedo foi um dos fundadores do Instituto Cultural do Vale do Cariri em Juazeiro (Reprodução)

O Site Miséria lembra exatos 30 anos da morte do professor e escritor Joaryvar Macedo, que transcorre nesta sexta-feira. Joaquim Lobo de Macedo nasceu no dia 20 de maio de 1937 no Sítio Calabaço na zona rural de Lavras da Mangabeira e se constituiu num dos maiores pesquisadores sobre a história do Cariri. Era filho do poeta e influente político Antônio Lobo de Macedo e Maria Torquato Gonçalves de Macedo e chegou a ocpar o cargo de Secretário de Cultura do Ceará no governo Gonzaga Mota.

Começou a estudar ainda em Lavras da Mangabeira de onde se transferiu para o Seminário Diocesano do Crato e, depois, Seminário Arquidiocesano de Fortaleza, cursando, inclusive, Teologia nos Seminários Arquiepiscopais de Olinda, Recife e João Pessoa. No ano de 1965, Joaryvar ingressou na Faculdade de Filosofia do Crato, por onde licenciou-se em Letras três anos após com posterior especialização em Metodologia do Ensino Superior pela Universidade Católica de Salvador (BA).

O mesmo foi professor da Faculdade de Filosofia de Crato e estabelecimentos de ensino de Juazeiro aonde, em 1974, fundou o Instituto Cultural do Vale Caririense (ICVC), que dirigiu por mais de uma década e do qual foi aclamado presidente perpétuo. Joaryvar foi notável pesquisador sobre a formação étnica, histórica e cultural da região do Cariri, sendo apontado como um dos maiores valores das letras no Sul do Ceará.

Escreveu milhares de crônicas e ensaios para emissoras de rádio, jornais e revistas do Ceará e outros Estados. Um dos seus primeiros livros foi: “Templos, Engenhos, Fazendas, Sítios e Lugares” (1975); vindo depois: “Pedro Bandeira, Príncipe dos Poetas Populares” (1976); “Influência de Portugal na Formação Étnica e Social do Cariri” (1978); “Origens de Juazeiro do Norte” (1978); “Presença Inconcurssa de Norte-Rio-Grandenses na Colonização do Cariri” (1979); e “O Contingente Paraibano na Colonização do Cariri” no ano de 1980.

Além destes, “Autores Caririenses” (1981); “Lavras da Mangabeira – dos Primórdios à Vila” (1981); “Alencar Peixoto, Um Clássico” (1981); “Pernambuco nas Origens do Cariri” (1981); e “Povoamento e Povoadores do Cariri Cearense” (1985). Com o livro “Império do Bacamarte”, Joaryvar Macedo estabeleceu novo marco na historiografia política do Ceará, oferecendo aos cientistas dessa área e aos estudiosos da temática sociológica, o mais completo ensaio do gênero até hoje escrito no Nordeste.

Ele consolidou sua formação cultural tratando quase que exclusivamente da temática histórica do Cariri, o que não o impediu de ter uma visão histórica do Brasil através da região em que viveu. No ano de 1983 mudou-se para Fortaleza, a fim de ocupar o cargo de assessor especial do Presidente do Conselho de Educação do Ceará. Depois, Secretário de Cultura e Presidente do Conselho Estadual de Cultura. No ano de 1986 foi eleito para a Academia Cearense de Letras e, depois, ao quadro dos sócios efetivos do Instituto do Ceará.

Foi ainda professor da Universidade Regional do Cariri (URCA) e chefe do seu escritório em Fortaleza. Além disso, membro do Conselho Estadual de Educação e um dos raros escritores cearenses agraciados pelo Estado com a Medalha José de Alencar, honraria máxima a que um intelectual pode aspirar. Foi sócio efetivo, correspondente ou honorário de várias instituições culturais, nacionais e internacionais, e detentor de vários tributos e comendas. Joaryvar morreu em Fortaleza no dia 29 de janeiro de 1991.

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