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Há 125 anos Padre Cícero chorava perante o Papa Leão XIII após ganhar absolvição
Nesta sexta-feira completa 125 anos do encontro entre os dois durante audiência no Vaticano
Demontier Tenório
O Padre Cícero, Papa Leão XIII e o breviário escrito pelo sacerdote juazeirense há 125 anos (Foto: Reprodução)

O choro do Padre Cícero perante o Papa Leão XIII ao conquistar absolvição da Igreja de nada valeu. Nesta sexta-feira completa 125 anos do encontro entre os dois durante audiência no Vaticano. Difícil acreditar que um padre do sertão do Ceará partisse na direção de Roma e conseguisse um encontro com o chefe maior da Igreja Católica. Foi uma viagem muito desgastante, mas, no retorno, o Bispo do Ceará, Dom Joaquim Vieira, conseguiu reverter a situação punindo o sacerdote.

O relógio na Praça de São Pedro assinalava 12 horas do dia 6 de outubro de 1898 quando o “Padim” era comunicado sobre a absolvição e chorou de alegria. Ele foi levado à presença do Sumo Pontífice pelo Monsenhor Cagianno. Se ajoelhou perante o Papa, deu-lhe de presente um Rosário de ouro e pediu que benzesse dois crucifixos. Após a audiência, não escondia a felicidade pontuando como um momento único em sua vida.

Até escreveu no seu breviário que um dos crucifixos bentos pelo Papa Leão XIII daria ao Bispo do Ceará, Dom Joaquim, e o outro ao Bispo de Olinda, Dom Manoel. Este último o ajudou a angariar recursos para a viagem à Europa. O gesto em presentear o seu Bispo Dom Joaquim, era fruto da sua grandeza. O chefe da Igreja no Ceará era algoz de Padre Cícero e este nem sabia que o bispo já preparava um arrazoado de motivos para manter a suspensão das ordens sacerdotais do religioso caririense.

Restaram ao “Padim” e à beata Maria de Araújo a proibição de qualquer menção aos fenômenos das transformações da hóstia em sangue na boca da religiosa. Para ela, o isolamento da vida social e religiosa e, ao Padre Cícero, o impedimento de celebrar e exercer outras funções sacerdotais. Na época, Juazeiro passou a uma vigilância permanente pela Diocese de Fortaleza o que não impediu as visitas dos romeiros e o aumento da devoção ao Padre Cícero.

A situação hoje é bem diferente. Em 2006 o Cardeal Ratzinger que, logo, se tornaria Papa Bento XVI autorizou a reabertura de estudos sobre o assunto. No ano de 2015 o Papa Francisco anunciou a reconciliação de Padre Cícero com a Igreja. Já no dia 20 de agosto de 2022 o Bispo de Crato, Dom Magnus Henrique, anunciava Padre Cícero como Servo de Deus e a abertura de estudos para o processo de beatificação do religioso.

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