Pesquisa apresentada durante a Greve que ocorreu este ano. Foto: Reprodução.
Na última quinta-feira, (7) um incêndio no galpão do campus Pimenta da Universidade Regional do Cariri (URCA), no Crato, preocupou a comunidade acadêmica. O depósito, que armazenava sucata e móveis velhos destinados a leilão, já havia sido identificado como uma área de “alto risco” devido ao acúmulo de materiais inflamáveis, por uma pesquisa elaborada por docentes da instituição.
Fernando Castelo Branco, vice-presidente do Sindicato dos Docentes da URCA e um dos organizadores do dossiê, afirmou que os resultados coletados foram apresentados ao Governo do Estado e à Reitoria da Universidade. “Se fosse durante o dia, a tragédia poderia ser muito pior. Sabíamos que aquilo representava um risco, o Governo do Estado sabia, e o Ministério Público foi notificado, mas as respostas são sempre as mesmas: está em monitoramento, a licitação saiu, o processo está em curso. Há anos ouvimos isso, mas a realidade não muda“.
O dossiê mapeou 20 dos 31 cursos e identificou os principais pontos de risco nos campi de Crato, Juazeiro e Barbalha. O levantamento também indicou falhas na infraestrutura, com 70% dos departamentos avaliando os equipamentos dos laboratórios como “insuficientes” e 40% dos cursos reportando interrupções por falta de condições adequadas. De acordo com os organizadores da pesquisa, todo o material foi encaminhado ainda em abril ao Ministério Público, que notificou a Reitoria da URCA em agosto.
Segundo Fernando, a situação causa medo em alunos e professores. “Hoje, muitos têm medo de frequentar a universidade por conta dos riscos nas instalações. As respostas das autoridades são sempre as mesmas, mas a infraestrutura continua precária”.
Em nota divulgada pela URCA ainda na última-quinta (7), a instituição afirmou que irá investigar a causa do incêndio. “Nenhum prédio na área próximo ao galpão foi atingido, não ocasionando maiores prejuízos”, afirmou a instituição