Foto: Guto Vital
O debate na Câmara Municipal de Juazeiro do Norte trouxe luz sobre as dificuldades dos pacientes diagnosticados com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) no município. A equipe de Reportagem do Site Miséria acompanhou a audiência na manhã desta quarta-feira (3).
A Pediatra Liliane Madeiras participou do momento. De acordo com a profissional, a ausência de profissionais capacitados tem prejudicado o atendimento àqueles diagnosticados com o transtorno. “Uma das principais dificuldades é a ausência do diagnóstico precoce. Quando mais cedo o diagnóstico for dado, mais cedo a criança iniciará as intervenções e, consequentemente, melhores resultados ela terá”, afirmou.
Ainda de acordo com a profissional, a falta de profissionais, tanto no setor público e privado, tem prejudicado o atendimento no município. “Infelizmente, hoje, são poucas vagas de atendimento, porque temos poucos profissionais capacitados para lidar com a situação. Seja neuropediatra ou pediatra, com capacitação para neurodesenvolvimento. Há uma carência geral nesse setor, temos um profissional para 36 crianças. Ou seja, é muita demanda para pouco profissional”, concluiu.
Mãe de uma criança atípica, a Dona Claudes, destacou a importância da audiência para que as mães possam apresentar suas dificuldades diante da situação. “Estamos aqui para construir políticas públicas, temos uma série de dificuldades que precisam melhorar, especialmente nas terapias. Há crianças que ficam de 6 meses a um ano aguardando vagas para iniciar uma terapias. Pedimos essa rede de apoio aos pais, na rede de ensino, temos crianças que estão fora da escola, por falta de cuidador, por exemplo”, ressaltou.
Vale ressaltar que o autista, como é coloquialmente conhecida a pessoa portadora do transtorno, apresenta-se de várias formas, podendo ser diagnosticado na infância e que perdura até a vida adulta.
Embora algumas pessoas com TEA possam viver de forma independente, outras precisam de atenção e cuidados constantes. É comum pessoas com TEA apresentarem mais de uma condição, como, por exemplo, epilepsia, depressão, ansiedade, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
O funcionamento intelectual de pessoas com TEA é altamente variável, podendo se estender de comprometimento profundo até níveis superiores.
Confira a Entrevista completa: