Desordenamento urbano, falta de moradia para pessoas de baixa renda e falta de planejamento da gestão pública foram pauta na Câmara de Juazeiro do Norte nesta terça (17). Representantes do Conselho Municipal de Habitação de Interesse Social participaram da sessão e expuseram que cerca de 18 mil pessoas estão sem moradia no município.

Juazeiro teve o Plano Local de Habitação de Interesse Social (PLIS) aprovado em 2018. O PLIS estabelece as diretrizes que a gestão municipal deve seguir para que pessoas de baixa renda sem moradia tenham acesso a esse direito social básico. Contudo, o PLIS precisa ser integrado ao Plano Diretor e outros planos que não existem no município: Plano de Regularização Fundiária, Plano de Mobilidade e Plano de Acessibilidade.

“Nós estamos com 20 anos que a gestão do solo urbano não é obedecida. Essa Casa ela troca de zona como se troca de roupa, me desculpe à expressão. […] Para eu ter uma moradia digna ela não é só dentro da minha casa, a minha moradia digna é quando eu também saio na rua”, declarou a conselheira Dênia. O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Juazeiro do Norte não é revisto há 20 anos. De acordo com a Lei Nacional, o Plano deve ser revisto há cada 10 anos.

“Nós temos que fazer algo por esse município com a questão do solo. Os governantes que passaram até hoje aqui, a gestão pública não tem essa preocupação. Então conheçam a cidade que vocês moram, olhem para essa cidade, prestem atenção”, cobrou a conselheira.

Segundo Dênia, a gestão municipal não se preparou para atender o déficit habitacional da população de baixa renda. “Nós temos que pensar nos moradores dessa cidade, nos loteamentos irregulares que são aprovados de qualquer forma. Nós temos loteamentos clandestinos em Juazeiro que transformam-se em favelização, as pessoas estão favelizando Juazeiro”, declarou a conselheira.

Assista ao pronunciamento: