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Juazeiro lembra hoje 10 anos da morte do padre alemão do Caldeirão da Criança
Alfons Lonsing era uma devotado no cuidado com crianças abandonadas pelos pais.
Demontier Tenório
Juazeiro lembra hoje 10 anos da morte do padre alemão do Caldeirão da Criança
Alfons Lonsing era uma devotado no cuidado com crianças abandonadas pelos pais (Arquivo)

Como forma de homenagem póstuma, o Site Miséria lembra os 10 anos da morte do padre casado, Alfons Lonsing, conhecido como “Alemão”, que transcorre nesta segunda-feira. Ele faleceu aos 79 anos de idade na madrugada do dia 19 de outubro de 2010 num dos leitos do Hospital Santo Inácio em Juazeiro do Norte, vítima de embolia pulmonar. O mesmo tinha sido internado dois dias antes por conta de uma insuficiência respiratória que o levou direto para a UTI.

Alemão apresentava ainda problemas no fêmur como se tivesse fraturado em decorrência de uma queda que sofrera. Junto com a esposa Bernadete Lonsing, ele tocou durante anos a Fundação Caldeirão da Criança que foi o idealizador. Com muita tristeza, o casal viu esse trabalho de acolhimento e cuidado com crianças ser encerrado no dia 1º de março de 2007 desalojando 70 menores. A instituição funcionava na Rua Beato José Lourenço, 611 no bairro Tiradentes.

O amor que nutria pelas crianças as quais considerava filhos, era algo latente e sua única intenção era garantir um futuro digno para todos. A insistência dele com o bom funcionamento da entidade custava muito trabalho. Em 2001 conseguiu recursos para construir um novo dormitório com capacidade para 38 camas quando recebeu o apoio e a visita da então primeira dama do Ceará, Renata Jereissati.

Naquele ano, o Caldeirão da Criança tinha 140 internos recebendo alimentação, ensino, atendimento médico, calçados, roupas e participando de atividades esportivas sempre com o olhar atento do casal. As dificuldades eram imensas com as despesas e débitos, pois, em determinado momento, chegou a ostentar um quadro com 20 funcionários. A recompensa, como dizia o presidente da Fundação, era ver a formatura de crianças, antes sem rumo e desamparadas, que ali foram acolhidas.

Muitos deles conseguiram se formar e, hoje, ganham a vida com dignidade. “Se a divina providência não nos ajudasse, a situação aqui estava mais grave”, dizia sempre Alfons Lonsing que, em 2004, cuidava de 94 crianças. Na época, segundo observou, apenas 12 eram visitadas por parentes e cerca de 60% apresentavam algum tipo de doença. Naquele ano, ele revelou que o custeio mensal do Caldeirão da Criança era da ordem de R$ 22 mil.

Alemão costumava sair batendo nas portas da prefeitura, entidades de classes, clubes de serviços, associações, poder legislativo e outros mais em busca de ajudas. Tudo isso em troca do sorriso das crianças quando até colocava dinheiro do seu próprio benefício previdenciário. Morreu pobre residindo na Rua 131, casa 47 (Bairro Novo Juazeiro) e jamais recebeu uma homenagem digna como um dos grandes benfeitores que foi de Juazeiro.

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