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Juazeiro lembra hoje cinco anos da morte do poeta Sílvio Grangeiro
Expedito Alves Grangeiro faleceu aos 68 anos de idade no dia 17 de setembro de 2015 na sua casa no bairro Lagoa Seca em Juazeiro do Norte.
Demontier Tenório
Juazeiro lembra hoje cinco anos da morte do poeta Sílvio Grangeiro
Silvio Grangeiro nasceu em Abaiara e morreu aos 68 anos na sua casa em Juazeiro (Arquivo)

Como forma de homenagem póstuma o Site Miséria lembra a passagem de exatos cinco anos da morte do poeta Silvio Grangeiro, que transcorre nesta quinta-feira. Expedito Alves Grangeiro faleceu aos 68 anos de idade no dia 17 de setembro de 2015 na sua casa no bairro Lagoa Seca em Juazeiro do Norte. O mesmo se tratava de uma leucemia que o debilitava a cada dia, mas nunca se reclamou e mantinha a confiança de ficar curado da doença.

Ao invés dos palcos, Sílvio Grangeiro ficou entre internamentos hospitalares, sessões de quimioterapia e recolhimento no seu lar recebendo o carinho e o aconchego da família. Ele foi casado com Marismar de Barros Grangeiro com quem teve seis filhos: Siliomar, Gilvaneide, Simone, Sirlan, Silmara e Siele. Inclusive, a filha Simone Grangeiro chegou a lançar, em 2013, o livro “Sílvio Grangeiro – Uma vida de repente” que conta a história e a arte desse ilustre poeta.

Foram mais de 300 festivais e centenas de troféus citados na obra que aponta ainda seus melhores versos, traz depoimentos de amigos e muitas fotografias. Silvio Grangeiro nasceu em Abaiara no dia 12 de agosto de 1947 de onde se mudou para Missão Velha até fixar residência no Juazeiro. Relembre aqui os versos do poeta Pedro Ernesto Filho descrevendo a trajetória de Sílvio Grangeiro num poema que adotou como mote: “Um filho de Abaiara radicado em Juazeiro:

Filho de família pobre,
simples, mas trabalhadora,
otimista e defensora
de um passado autêntico e nobre,
logo que Sílvio descobre
o seu dom de violeiro,
buscou no país inteiro
uma fama pura e rara
-Um filho de Abaiara
radicado em Juazeiro.

Menino pobre da roça
lá da Serra do Mãozinha,
comeu feijão com farinha,
foi à feira de carroça;
dançou forró em palhoça,
caçou peba em tabuleiro,
fez estaca de pereiro
e entrançou cerca de vara
-Um filho de Abaiara
radicado em Juazeiro.

Em toda comunidade
hoje Sílvio é conhecido,
cidadão nobre e querido
por nossa sociedade,
a sua simplicidade
enriquece o seu celeiro,
toda família Grangeiro
essa verdade declara
-Um filho de Abaiara
radicado em Juazeiro.

Bom esposo, bom amigo,
bom pai, um bom cidadão,
um ídolo da profissão
que leva a arte consigo,
um príncipe no seu abrigo,
um colega, um mensageiro,
um poeta conselheiro
e a quem precisa ele ampara
-Um filho de Abaiara
radicado em Juazeiro.

Um ser humano sem par,
tem família organizada,
sua história é respeitada
porque sabe trabalhar,
casado com Marismar
construiu um lar ordeiro,
tem um filho seresteiro
boêmio de lua clara
-Um filho de Abaiara
radicado em Juazeiro.

Um cantador genial,
exemplo na região,
não faz discriminação
trata todos por igual,
campeão de festival,
afamado no terreiro,
cantando ensina ao parceiro
que às vezes não se prepara
-Um filho de Abaiara
radicado em Juazeiro.

Um mestre dos veteranos
de um currículo sem bitola,
seu programa de Viola
tem quase trinta e seis anos,
gravou disco, atingiu planos,
sem ter ânsia por dinheiro,
sua arte é um luzeiro
no deserto de Saara

Já não tem mais prateleira
para os troféus que ganhou,
com Chico Alves gravou
a Derruba de Madeira,
a poesia brasileira
tem sido seu travesseiro,
fez toada de vaqueiro,
criou melodia cara
-Um filho de Abaiara
radicado em Juazeiro.

Pra cantar não faz ensaio,
seu verso sai de encomenda,
em janeiro a sua agenda
já tem convite pra maio,
nunca preparou balaio
pra jogar no companheiro;
no rádio, o horário inteiro,
seu telefone não pára
-Um filho de Abaiara
radicado em Juazeiro.

O Cariri tem razão
de mantê-lo em sua história,
sabe receber vitória
e evitar decepção,
exemplo de cidadão
por ser bom e verdadeiro,
ah! se todo brasileiro
fosse igual a esse cara!
-Um filho de Abaiara
Radicado em Juazeiro.

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