Nascido em Crato, Alceli Sobreira foi um dos grandes nomes do rádio cearense (Foto: Reprodução)
Como forma de homenagem póstuma, o Site Miséria lembra exatos 15 anos da morte do radialista Alceli Sobreira, que transcorre nesta quata-feira. Ele foi um dos grandes nomes do rádio cearense. José Alceli Sobreira nasceu em Crato no dia 26 de março de 1938 e faleceu em Juazeiro no dia 7 de fevereiro de 2009 aos 71 anos de idade.
O mesmo era filho de Edite Sobreira Quintino e Amâncio Quintino Gonçalves e ainda criança veio morar com os pais em Juazeiro. Movido pela paixão que nutria pelos serviços de alto-falantes, começou a trabalhar no Centro Regional de Publicidade (CRP), que foi uma verdadeira escolinha do rádio juazeirense. O convite partiu dos arrendatários da empresa Dário Maia Coimbra, o “Darim”, e João Barbosa.
No ano de 1954 Alceli Sobreira ingressou na Rádio Iracema de Juazeiro, estimulado pelo radialista Edésio Oliveira e o diretor artístico da emissora, Espedito Cornélio. Na pioneira, fez rádio-teatro, disc jockey, humorismo, rádio jomalismo e animação de auditório, escrevendo e produzindo programas. Foi através do rádio que conheceu a esposa Zizi Menezes a qual atuava em peças de rádio-teatro e cantava em dupla com sua irmã Fantinha Menezes.
O casamento de Alceli e Zizi aconteceu no dia 13 de outubro de 1956, de cujo enlace nasceram: Alceli Júnior, Christianne, Fernanda, Joaquim Menezes Neto e Aline. Ao assumir ainda jovem a missão como chefe de família teve que interromper os estudos só concluindo depois na Escola Técnica de Comércio de Juazeiro. Outra atividade que sempre o fascinou foi o magistério tendo sido professor de Inglês durante vários anos no Colégio Salesiano e na própria Escola Técnica de Comércio.
Alceli começou a lecionar com apenas 16 anos incentivado que foi pelo professor Alexandre Moreira Passos e o Padre Paulo Góis. Num determinado momento, dividiu a atividade radiofônica com a de viajante de laboratório e, em meio a essas alternâncias, esteve em Fortaleza, Salvador (BA), São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais. Em 1976 retornou ao rádio juazeirense, mas interrompeu a atividade já que, ano seguinte, foi convidado e aceitou ser assessor de imprensa do prefeito Ailton Gomes.
Ele ocupou ainda os cargos de Secretário de Finanças e Chefe de Gabinete. Em São Paulo, Alceli trabalhou na Rádio Piratininga como locutor noticiarista, redator e Chefe do Departamento de Rádio Jornalismo daquela emissora. Depois, uma nova experiência: trabalhar simultaneamente nas rádios Eldorado e Marconi. Por aqui dirigiu os jornais O Estado do Cariri, Folha de Juazeiro e O Município, além de correspondente dos principais jornais de Fortaleza.
Alceli foi, também, Secretário Executivo da Câmara de Vereadores de Juazeiro, presidente municipal do MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização) e diretor tesoureiro do Frigorífico Industrial do Cariri. No ano de 1982, candidatou-se a vereador quando obteve 434 votos ficando na 16ª suplência do PDS. Anos depois foi vice-presidente do PDT, porém não mais disputou cargo eletivo.
Ele foi quem substituiu o radialista Coelho Alves na direção da Rádio Iracema e, posteriormente, assumiu a chefia de redação da Rádio Vale do Cariri Ltda da qual era locutor noticiarista ao lado de Eduardo Ponte. Foi a última emissora em que trabalhou juntamente com os repórteres e redatores Chagas Lima e Demontier Tenório.
Quando Alceli deixou o rádio trabalhou na contabilidade do Mercadão dos Tecidos ao lado do filho Alceli Júnior. Em 1984, a Câmara de Vereadores lhe outorgou o título de Cidadão Juazeirense. Anos antes da sua morte, escreveu um livro sobre a radiofonia local. Na obra, externou o seu ponto de vista crítico em relação ao controle político das emissoras de rádio que, como dizia, cerceia o profissional “e marginaliza o radialista atrofiando sua capacidade criativa e suas ideologias”.