Foto: Guto Vital/ Portal Miséria
O Jornal Folha Manhã, conhecido como o “Jornal de um homem só”, por ter sido fundado, escrito, diagramado e impresso pelo jornalista Demontieux Fernandes, encerrou suas atividades nesta quarta-feira (20), mesmo dia em que há 30 anos foi impressa a primeira edição. Os leitores do periódico ficam órfãos do jornalismo livre e independente que defendia a cidadania e as conquistas coletivas.
Em entrevista para a TV Miséria, o jornalista destacou que foram 6778 edições, e que devido aos custos das operações, o jornal encerra suas atividades. Questionado pelo repórter Toni Sousa se iria migrar para o digital, Demontieux diz que não é sua vontade, e que irá investir em outros projetos, pois há 30 anos não tira férias, e é chegado o momento que descansar e curtir a família. Ele lembra que o seu jornal impresso deixa o mercado, mas a imprensa do Cariri continua firme e valorosa, com excelentes profissionais, muitos deles, egressos de uma universidade pública, a Universidade Federal do Cariri (UFCA).
Das muitas manchetes do “Jornal de um homem só”, Demontieux recordou de uma notícia falsa dada em seu periódico, o dia em que matou o Padre José Alves. “Eu estava encerrando, era um quinta-feira e eu precisava de uma notícia, e nada de aparecer. Aí eu liguei na TV Verde Vale e no momento o cara disse ‘acaba de morrer o Padre José Alves’, aí eu desliguei a tv, eu tinha os dados, aí fiz a matéria. Quando eu entreguei o jornal no outro dia o pessoal disse: ‘não, o padre josé alves não morreu não’. Eu tinha desligado a televisão e fui fazer o jornal, e no último bloco da televisão o cara disse: ‘nós estamos pedindo desculpas, o padre não morreu’, houve um equívoco, e eu não vi”, conta Demontieux rindo da situação.
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