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A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum. Ela pode se apresentar de duas formas: adquirida e congênita. A sífilis adquirida ocorre quando há transmissão por contato sexual desprotegido ou por exposição a sangue contaminado. Já a forma congênita é transmitida da mãe para o feto durante a gestação ou o parto, quando a mulher está com a infecção não tratada ou tratada de forma inadequada.
Embora frequentemente não apresente sintomas, se não for diagnosticada e tratada corretamente, a infecção pode comprometer irreversivelmente a saúde de diversos órgãos.
Queda nos casos
Em 2023, o Ceará registrou uma redução nos casos de sífilis congênita, conforme dados divulgados pelo Ministério da Saúde durante o Seminário Integrado da Sífilis, realizado em Brasília na última segunda-feira (14). O número de crianças com menos de um ano afetadas pela doença caiu de 1.453, em 2022, para 1.420 em 2023.
Em nível nacional, o Brasil registrou 25.002 casos de sífilis congênita no ano passado, o que representa uma redução de 1.511 casos em relação a 2022. Essa diminuição é atribuída ao aprimoramento do acompanhamento pré-natal e ao tratamento adequado das infecções em gestantes.
Sinais e sintomas
Por ser uma doença caracterizada por períodos de atividade e latência, sendo que, na fase latente, não há sintomas visíveis, a sífilis apresenta diferentes fases. De acordo com o Ministério da Saúde, os sinais e sintomas variam de acordo com cada estágio da doença, que se divide em:
Primária
- Ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece entre 10 e 90 dias após o contágio. Essa lesão é rica em bactérias e é chamada de “cancro duro”;
- Normalmente, ela não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar acompanhada de ínguas (caroços) na virilha;
- Essa ferida desaparece sozinha, independentemente de tratamento.
Secundária
- Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento e cicatrização da ferida inicial;
- Podem surgir manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés. Essas lesões são ricas em bactérias;
- Pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça, ínguas pelo corpo;
- As manchas desaparecem em algumas semanas, independentemente de tratamento, trazendo a falsa impressão de cura;
Latente
- Não aparecem sinais ou sintomas;
- É dividida em: latente recente (até um ano de infecção) e latente tardia (mais de um ano de infecção);
- A duração dessa fase é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária.
Terciária
- Pode surgir entre 1 e 40 anos após o início da infecção;
- Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.
Tratamento
O tratamento pode ser realizado em qualquer unidade básica de saúde, por meio da aplicação de penicilina benzatina (Benzetacil). Quando a infecção é detectada em gestantes, é fundamental iniciar o tratamento o quanto antes para evitar a transmissão ao bebê.
Além das ações durante a campanha, as testagens realizadas pela Associação Caririense de Luta contra a Aids não se limitam a esse período. Ao longo de todo o ano, são oferecidos atendimentos e realizados testes na sede da instituição, localizada na Rua Princesa Isabel, 1615, São Miguel, em Juazeiro do Norte.