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Pesquisadores da UFC desenvolvem meias para o tratamento do pé diabético
A criação ainda precisa passar por ensaios clínicos
Cícero Dantas
Foto: Ribamar Neto/UFC

Sensação de formigamento, dores e perda de sensibilidade e força são alguns dos sintomas do pé diabético, uma das complicações mais comuns da diabetes e que, se não tratada, pode levar à amputação do membro. Como proposta de tratamento para essas alterações, pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) desenvolveram um tecido que pode ser moldado em formato de meias que libera um fármaco com potencial terapêutico para o problema.

O tecido é desenvolvido a partir da fibra de carbono com um liberador de óxido nítrico (NO), substância que tem funções anti-inflamatórias, antimicrobianas e de redução da dor. Modelado em formato de meias, o item tem potencial para ser utilizado no tratamento do pé diabético.

Os pesquisadores da UFC chegaram a uma versão mais barata e eficaz do tratamento, utilizando no tecido desenvolvido um composto químico chamado de nitroprussiato, que é um potente liberador de óxido nítrico, podendo atuar por até 12 dias na pele.

Os pesquisadores da UFC chegaram a uma versão mais barata e eficaz do tratamento, utilizando no tecido desenvolvido um composto químico chamado de nitroprussiato. Foto: Divulgação

Em abril deste ano, a criação recebeu a carta-patente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). “Ela indica que esse material é novo, inventivo e tem aplicação industrial”, afirma um dos autores da iniciativa, Pedro Martins da Silva Filho, que trabalhou na pesquisa durante o doutorado no Programa de Pós-Graduação em Química (PGQUIM) da UFC.

Além de ter sua carta-patente concedida, o invento foi aprovado no Edital Centelha, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que visa estimular a criação de empreendimentos inovadores. Com o financiamento do programa, o tecido passará por novos testes. Segundo Pedro Martins da Silva Filho, um dos autores do invento, a expectativa é de que o tecido liberador de óxido nítrico possa ser, no futuro, um aliado no tratamento de outras doenças, inclusive o câncer.

Após essa fase inicial, o produto desenvolvido pela equipe precisa passar por estudos mais robustos. Além de observar pontos como a concentração de nitroprussiato e o uso de outras fibras, é necessário realizar testes clínicos. O objetivo é comprovar a utilidade e a capacidade de tratar feridas crônicas, especificamente o pé diabético.

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