A companhia aérea Voepass suspendeu a venda de passagens na rota entre Juazeiro do Norte e Fortaleza. A suspensão da venda de bilhetes ocorre após um dos aviões da empresa cair na interior de São Paulo, na cidade de Vinhedo. O acidente ocorreu na sexta-feira (9) e vitimou um total de 62 pessoas. O ATR-72, modelo da aeronave que caiu, é um dos que opera a linha com venda de passagens momentaneamente cancelada.

Frisa-se que a indisponibilidade acontece após a companhia ter cancelado voos da rota ainda na sexta-feira (9). Naquela data dois voos cancelados foram os 2356 e 2357. Segundo nota divulgada pela Voepass, a atitude tomada no dia 9 foi necessária para “reorganização da malha por contingenciamento”. 

Antes desta interrupção, a empresa era responsável por operar um total de oito voos semanais entre Juazeiro do Norte e Fortaleza. O mesmo volume era operado no sentido contrário, ou seja, deixando a capital cearense com destino ao aeroporto Orlando Bezerra de Menezes, sediado nas terras de Padre Cícero.

Destaca-se que questões entorno da segurança das aeronaves da Voepass tem sido relativamente constantes nos últimos anos. Nessa linha, pontua-se que a redação do Portal Miséria recebeu imagens que mostram um enforca gato preso a uma das hélices de um dos aviões da companhia.  Salienta-se que o avião fotografado estava no aeroporto juazeirense e é um dos responsáveis por atuar na rota entre a cidade e a capital do estado.

É possível notar um enforca gato na hélice do avião.

Um jornalista da região do Cariri conversou com a equipe do Portal e relatou a sensação de viajar com a companhia. Ele contou que se deslocou à Fortaleza no último dia 4 de julho, voltando à Juazeiro do Norte no dia seguinte.

“Devo dizer que foi angustiante. A decolagem demorou devido à inoperância de 4 assentos. O ar condicionado estava sem funcionar, todos os passageiros se queixavam do calor. Passageiros foram realocados para garantir o balanço de pessoa na aeronave. E se já não bastassem todos esses pequenos constrangimentos, a nossa segurança estava em jogo. Uma colega de trabalho, que estava no assento atrás de mim, verificou que havia um desgaste na hélice do lado direito e que, uma espécie de presilha de plástico, o popular enforca-gato, prendia uma pá da hélice”, afirmou o profissional.

Ao longo do diálogo, ele contou, ainda, que depois de tomar conhecimento do acidente envolvendo a empresa sente que esteve exposto a risco semelhante. “Algo precisa ser feito para garantirmos segurança no tráfego aéreo da nossa região”, reforça o jornalista.

O Miséria procurou a Voepass para saber o motivo da indisponibilidade de passagens na rota citada, e também questionou se há projeção de retorno. O Portal também questionou a empresa sobre a fotografia apresentada na matéria e a segurança das aeronaves. Até o fechamento desta matéria não obtivemos resposta a nenhuma das perguntas feitas, caso a empresa se manifeste a matéria será atualizada.