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Professora denuncia assédio moral na EEEP Professor Moreira de Sousa, em Juazeiro do Norte; outros docentes confirmam relatos
Em fevereiro de 2025, o Portal Miséria já havia sido procurado por um grupo de professores da EEEP Professor Moreira de Sousa, denunciando situações de assédio moral, exclusão de informações, favorecimento de determinados profissionais e divulgação seletiva de cursos.
Bruna Santos
Fachada da EEEP Professor Moreira de Sousa. Foto: Governo do Estado.

Uma professora da Escola Estadual de Educação Profissional (EEEP) Professor Moreira de Sousa, em Juazeiro do Norte, tornou público, em suas redes sociais, na última quinta-feira (3), um relato onde aponta episódios de assédio moral, abuso de poder, intimidação e ausência de diálogo por parte da direção escolar. 

Segundo a professora Maria Elly Krishna, o assédio moral teria começado ainda em 2024, contribuindo para o seu adoecimento mental. “Fui diagnosticada no final do ano passado com Burnout e já no início deste ano precisei me afastar por 30 dias. Outros professores, também adoecidos pelo assédio moral sofrido, já pediram remoção da escola, estão em tratamento psiquiátrico, ou ainda de licença psiquiátrica”, disse em entrevista ao Portal Miséria.

O relato da professora Maria Elly expõe denúncias que, segundo docentes, representam uma realidade recorrente na escola. Foto: Reprodução.

As denúncias apontam práticas como isolamento sistemático de professores, falta de resposta a questionamentos, omissão de informações, mudanças repentinas nas pautas de reuniões pedagógicas, ameaças sobre contratos e avaliações docentes. “Estou falando abertamente sobre o tema. Cansei de ficar pelos cantos. A situação é muito difícil. A retaliação é uma realidade infelizmente”, afirmou Maria Elly ao comentar sobre o caso.

Outros docentes compartilham a mesma visão

Foto: Guto Vital/ Portal Miséria

Em fevereiro de 2025, o Portal Miséria já havia sido procurado por um grupo de professores da EEEP Professor Moreira de Sousa, denunciando situações semelhantes. Os relatos, à época feitos sob anonimato, também citavam assédio moral, exclusão de informações, favorecimento de determinados profissionais e divulgação seletiva de cursos.

O grupo informou ter procurado a Ouvidoria do Estado, mas relatou que os retornos dados eram conciliadores com a postura da gestão. “Nesse último semestre, após observarmos algumas situações que incomodaram alguns professores, as denúncias foram em maior quantidade e centralizadas entre esses seis meses  na esperança de termos uma posição e ações mais firmes por parte da CREDE sobre as denúncias”, disse uma das docentes.

Segundo os educadores, denúncias foram formalizadas junto ao Ministério Público, solicitando o afastamento da direção. De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, que também solicitaram anonimato, a Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (Crede-19) chegou a convocar alguns professores para reuniões, e parte deles confirmou o teor das denúncias.

Na época da primeira denúncia, o Portal Miséria procurou a Secretaria da Educação do Estado, questionando sobre o posicionamento da Ouvidoria. Em nota, enviada no dia 17 de fevereiro, a pasta respondeu que acompanha a situação. “Foram adotadas medidas necessárias para que os fatos sejam apurados dentro da legalidade, com a garantia do direito à ampla defesa e ao contraditório. Também fica assegurada a proteção ao sigilo individual das partes envolvidas. Dessa forma, ainda não é possível detalhar resultados sobre o que está em apuração”, disse a secretaria.

Além de profissionais, pais de estudantes e alunos também relataram nas redes sociais casos  de intimidação e assédio moral. 

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