Triângulo Crajubar em Juazeiro do Norte. Foto: Elizângela Santos
Em meio à campanha nacional “Tem 10 minutinhos? A hora de prevenir é agora”, intensificada pelo Ministério da Saúde desde outubro de 2024 para combater dengue, zika e chikungunya, o Portal Miséria realizou um levantamento sobre os casos registrados no Triângulo Crajubar (Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha) ao longo deste ano.
Arboviroses no Crajubar
As arboviroses são doenças causadas por vírus transmitidos por mosquitos. Segundo o Ministério da Saúde, em ambientes urbanos, as doenças mais comuns são dengue, chikungunya e zika, todas transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.
Ao todo, as três cidades que compõem o Triângulo Crajubar somaram, em 2024, 569 casos de dengue e 37 casos confirmados de chikungunya, até novembro, de acordo com dados disponibilizados pelas secretarias de saúde das cidades.
O Crato lidera as estatísticas, com 598 notificações de dengue, sendo 317 confirmadas, 272 descartadas e 9 sob investigação. Juazeiro do Norte registra 169 casos confirmados, enquanto Barbalha contabiliza 83 diagnósticos positivos entre os 256 casos notificados, além de 4 ocorrências de dengue com sinais de alarme.
Embora em menor quantidade que a dengue, a chikungunya também aparece. Juazeiro do Norte confirmou 19 casos, enquanto o Crato contabiliza 13 diagnósticos positivos, dos 101 casos notificados, com 3 em análise. Em Barbalha, foram 85 notificações, com 5 confirmações e 80 descartes.
Nenhuma das três cidades registrou pacientes com a zika, uma doença que pode causar febre baixa, exantema, conjuntivite não purulenta, cefaleia e edema periarticular.
O combate na quadra invernosa
Com a aproximação da quadra invernosa, que ocorre de fevereiro a maio, o risco de acumulação de água e, consequentemente, da proliferação do mosquito Aedes aegypti, aumenta. Para conter as arboviroses como dengue, zika e chikungunya, as equipes de endemias dos municípios costumam intensificar ações preventivas.
É o caso de Juazeiro do Norte. De acordo com Naldo Galdino, agente de endemias do município, as atividades elaboradas pelo setor de Vigilância em Saúde, incluem visitas com material informativo em praças, escolas e áreas de grande circulação de pessoas. “Então, apesar de que, por enquanto, nossos índices ainda estejam sob controle, a nossa preocupação é que isso não fuja da realidade, que a gente consiga manter esses índices sob controle, e para isso precisa que a população participe para a gente ter efetividade nesse combate”, destaca.
Durante a conversa, os moradores são orientados a seguirem cuidados como eliminar qualquer objeto ou recipiente que possa acumular água, como garrafas, pneus e vasos de plantas, manter caixas d’água bem vedadas e calhas limpas. e descartar corretamente o lixo para evitar locais que possam servir como criadouros. “E fazendo o combate ao mosquito, você vai estar automaticamente combatendo essas três endemias, que são muito perigosas”, reforça Naldo.
A campanha é semelhante as ações realizadas em Barbalha. De acordo com a secretaria de saúde da cidade que sedia o Pau da Bandeira, também são desenvolvidos o monitoramento e controle de focos de Aedes aegypti nas residências através das inspeções, a capacitação para os profissionais da atenção básica para o manejo clínico de arboviroses e o monitoramento epidemiológico por área, afim de identificar aumento de casos de dengue acima do normal e/ou identificar risco de epidemia. “Será realizado um novo cronograma pra 2025 de multidões se limpeza em locais estratégicos através da secretaria de meio ambiente e obras“, afirma.
No Crato, além do trabalho de conscientização dos Agentes de Endemias, o município é um dos que recebem as doses de vacina contra a dengue, para pessoas de 10 a 14 anos, conforme o Plano Operacional de Vacinação.
Plano nacional
Ainda este ano, o Governo Federal lançou o Plano de Ação 2024/2025 para o enfrentamento às arboviroses. O investimento é de cerca de R$ 1,5 bilhão para diminuir os números de casos e óbitos por dengue, chikungunya, zika e oropouche no próximo período sazonal no Brasil.
Entre as estratégias estão as novas tecnologias de controle vetorial nos municípios, considerando os riscos à população, a preparação a rede de atenção à saúde e a garantia do abastecimento de insumos necessários para o combate ao Aedes.