A Chapecoense sofreu seu primeiro rebaixamento da história. - Foto: Gazeta Esportiva
Depois de perder em casa para o Botafogo na última rodada, a Chapecoense está matematicamente rebaixada para a Série B do Campeonato Brasileiro. Essa foi a primeira queda da história do clube, e vem justamente na semana em que se completam três anos do acidente aéreo que vitimou jogadores, comissão técnica e diretoria, deixando a equipe completamente desestruturada.
Nas duas temporadas que se seguiram logo após a tragédia, a Chape conseguiu se manter na elite do futebol nacional e até conquistou alguns bons resultados, mas esse ano ficou marcado por problemas financeiros, renúncia de presidente e péssimo futebol.
Em 2017, a missão era começar do zero. Com a ajuda de outros clubes, o Verdão montou um elenco com bons nomes, como Wellington Paulista, Reinaldo e Apodi, além dos sobreviventes Alan Ruschel e Neto. A diretoria também teve de ser inteiramente refeita. Plinio David De Nes Filho, então presidente do Conselho Deliberativo, assumiu o cargo máximo do clube ainda em dezembro de 2016.
Vagner Mancini foi o primeiro comandante após o desastre e foi responsável por um título catarinense, além de boas campanhas na Libertadores e Sul-Americana. Acabou demitido em julho de 2017, em uma decisão que pegou muitos de surpresa. Vinícius Eutrópio (que durou pouco) e Gilson Kleina vieram em seguida. A Chape acabou o Brasileirão daquele ano na oitava posição, melhor resultado da história da equipe e classificada para a fase preliminar da Libertadores.
Em 2018, a história não foi a mesma. O vice do catarinense, a eliminação na pré-Libertadores e o péssimo Campeonato Brasileiro marcaram um ano turbulento, com duas trocas de treinador. A Chape chegou à última rodada da Série A precisando vencer o São Paulo para não cair. Conseguiu, mas a situação já antecipava o que seria o ano seguinte.
E 2019 não foi nada fácil para o Verdão do Oeste. A temporada começou com mais uma troca de treinador, em março, quando Claudinei Oliveira foi demitido no meio do Catarinense, depois de também ser eliminado precocemente na Sul-Americana. O time ficou novamente com o vice estadual, já tendo Ney Franco no comando, dessa vez perdendo para o Avaí nos pênaltis.
O treinador só ficou até julho, quando foi dispensado após sofrer uma goleada por 4 a 0 para o São Paulo. Marquinhos Santos foi o substituto. E não só o futebol caminhou mal na Chapecoense. A diretoria também sofreu com a falta de dinheiro e, em novembro, o presidente Plinio David De Nes Filho renunciou ao cargo devido à pressão.
Finalmente, na noite desta quarta-feira, veio a confirmação do rebaixamento, após derrota para o Botafogo na Arena Condá. Com 28 pontos e na décima oitava colocação, o time já não consegue ultrapassar o Ceará, primeiro fora do ZR.
Alan Ruschel, um dos seis sobreviventes do acidente aéreo, emprestado ao Goiás, comentou a situação. “A Chapecoense a gente sabe que não caiu hoje. É difícil eu falar agora, pois estou em outra situação” disse o lateral, em entrevista ao canal Premiere. Ele ainda pertence ao clube catarinense.
O Verdão do Oeste volta a campo neste domingo, visitando o Santos pela 36ª rodada do Brasileirão.
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