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Pelé: morre a lenda do futebol
Tricampeão mundial, o Rei do Futebol estava internado havia um mês para tratamento de um câncer no cólon. A morte foi confirmada na tarde desta quinta-feira, 29.
Redação
Foto: Ricardo Stuckert/ CBF/Direitos Reservados

Esta quinta-feira (29) ficará marcada para sempre, pois hoje o futebol perdeu seu Rei. Morreu nesta tarde Pelé, o maior jogador da história, aos 82 anos.

Ainda não foi divulgado pela família detalhes sobre o velório, Entretanto uma estrutura foi montada na Vila Belmiro nos últimos dias para receber a vigília. O sepultamento está programado para ocorrer em Santos.

Conhecido como o Atleta do Século, Pelé estava internado no hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, desde 29 de novembro. A internação se deu em virtude de uma infecção respiratória após ele contrair Covid-19 e para a reavaliação do tratamento de um câncer no cólon.

Pelé passou por uma cirurgia no local em setembro de 2021 e desde então vinha sendo submetido a repetidas sessões de quimioterapia. No início de 2022, foram detectadas metástases no intestino, no pulmão e no fígado.

Há cerca de uma semana, em 21 de dezembro, os médicos que acompanhavam o tratamento ao qual Pa´le estava submetido divulgaram uma nota dizendo que o Rei do Futebol apresentava uma “progressão da doença oncológica” e que seriam necessários maiores cuidados relacionados às disfunções renal e cardíaca. Por isso, o ex-jogador não teve autorização para passar o Natal em casa, como queria a família.

Apesar do quadro complicado, Pelé passou alguns dias estável e com uma leve melhora. Nesta quinta (29), porém, a saúde do Rei voltou a piorar, e ele não resistiu.

A idade avançada e o tratamento tornaram as aparições de Pelé uma raridade. Nas redes sociais, porém, ele manifestava constante otimismo com a recuperação.

Pelé recebeu diversas homenagens durante a Copa do Mundo de 2022, disputada enquanto ele estava internado na capital paulista. Jogadores como Neymar, Richarlison e Mbappé desejaram melhoras ao gênio em meio ao torneio. Torcedores também exibiram faixas nos estádios.

Homenagem a Pelé — Foto: Reuters

Pelé deixa sete filhos e a esposa Márcia Aoki, com quem estava casado desde 2016. Do primeiro casamento, com Rosemeri Cholbi, nasceram Kelly Cristina, Edinho e Jennifer. O ex-jogador também é pai dos gêmeos Joshua e Celeste, de seu relacionamento com a psicóloga Assíria Lemos. Além desses, Pelé teve duas filhas fora do casamento: Sandra Regina, que só obteve o reconhecimento da paternidade pela Justiça, morta em 2006, e Flávia.

Pelé com a taça de campeão do mundo em 1970 — Foto: Horstmüller/Getty Images

Tido como maior jogador de futebol de todos os tempos, Pelé fez sua estreia na Seleção brasileira em 1957, numa partida da Copa Rocca contra a Argentina. Momento que marca, também, seu primeiro gol com a camisa que o consagraria. Pela equipe brasileira, com apenas 17 anos, venceu a Copa do Mundo na Suécia, em 1958.

Quatro anos depois, se machucaria na segunda rodada do Mundial do Chile, também vencido pelo Brasil. Após ser caçado em campo com duras faltas na Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra, ele comandou o lendário time brasileiro ao tricampeonato mundial em 1970, no México – é o único jogador a vencer três Copas.

Pelo Santos, Pelé é dono de marcas fenomenais: venceu dez vezes o Campeonato Paulista, torneio do qual foi o artilheiro por nove temporadas seguidas. Ainda foi bicampeão da Libertadores e do Mundial de clubes, em 1962 e 1963. Foi também com a camisa branca do Peixe que marcou seu milésimo gol, contra o Vasco, no Maracanã, no dia 19 de novembro de 1969.

Segundo números do Santos, Pelé marcou pelo clube 1.091 gols em 1.116 jogos.

Com a camisa da Seleção, Pelé disputou 113 jogos e marcou 95 gols, segundo números da CBF. Nas contas da Fifa, que considera apenas jogos entre seleções, são 77 gols em 91 partidas.

Em toda a carreira, Pelé fez 1.282 gols em 1.364 partidas na contabilização feita pelo Santos. Nas redes sociais, o Rei dizia ter feito um a mais, 1.283.

Vida e obra
O garoto de Bauru ainda não tinha chegado aos 10 anos quando viu o pai, Dondinho, chorando ao lado do rádio. A seleção brasileira havia acabado de ser derrotada pelo Uruguai em pleno Maracanã, na final da Copa de 1950, findando o sonho de toda a nação de ser campeã do mundo. Aquelas lágrimas levaram Dico, como era chamado na casa dos Arantes do Nascimento, em Bauru, a uma promessa: ganharia um Mundial para o pai se ele parasse de chorar.

Dico pouco depois se transformaria em Pelé e cumpriria aquele juramento: venceria não só uma, mas três Copas. Com sobras, ainda se tornaria o maior jogador de futebol de todos os tempos, ícone máximo de um esporte que, para muitos, é religião. Virou Rei, conquistou o mundo, e hoje seus súditos choram a sua morte, aos 82 anos.

 

 

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