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Maior incêndio da história devasta plantações de pequi e movimenta voluntários na Chapada do Araripe
Estima-se que 2.800 hectares foram consumidos pelo fogo, o equivalente a mais de 3 mil campos de futebol entre Barbalha e Jardim.
Sarah Gomes e Felipe Azevedo
Agentes do ICMBIO (Foto: Itallo Rodrigues)

O incêndio que atingia a Chapada do Araripe foi contido, mas os prejuízos são de grandes proporções. Estima-se que 2.800 hectares foram consumidos pelo fogo, o equivalente a mais de 3 mil campos de futebol entre Barbalha e Jardim. O combate ao incêndio teve início no dia 22 de dezembro e durou uma semana.

A apuração das possíveis causas ainda está sendo feita. Há, porém, fortes indícios de que o incêndio de proporções inéditas na Chapada do Araripe tenha sido criminoso. A suspeita é do tenente-coronel Norberto dos Santos, do Corpo de Bombeiros de Juazeiro do Norte.  “Quem foi e onde foi a gente não pode precisar”, destacou.

A suspeita parte da distância entre os focos de incêndio. Segundo o TC Norberto, também há a possibilidade de que fagulhas tenham sido levadas pelo vento. Contudo, essa possibilidade tem menos força pelo tamanho da distância entre um foco e outro.

Brigadistas se revezaram para o combate de incêndio na Chapada do Araripe (Foto: Itallo Rodrigues)

Voluntários

No total, cerca de 85 pessoas atuaram no combate ao incêndio. Entre elas estão Bombeiros, Militares, Brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), voluntários e Brigadistas de Pernambuco e Quixeramobim.

Dágila Ramonita é Gerente Regional da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, em Crato, e comanda o Sítio Fundão, espaço na Chapada do Araripe que faz parte do Geopark e recebe visitantes durante todo o ano. Nas redes sociais, ela empenhou uma campanha para angariar voluntários durante o incêndio.

“São 11 funcionários no Sítio Fundão, todos eles se prontificaram em renunciar o período natalino para ajudar no combate ao fogo”, diz. Agora temos que pensar em reflorestamento da área devastada, vai ser um trabalho de longo prazo, mas necessário”, completa.

Helicóptero do CIOPAER sobrevoou a área para ajudar no combate às chamas (Foto Itallo Rodrigues)

Produção de pequi foi atingida

O incêndio aconteceu na área do cerrado, onde se concentra a produção de pequi na Chapada do Araripe. De acordo com Vêronica Figueiredo, chefe da unidade da Flona, uma área expressiva da produção do fruto foi atingida pelo fogo e aproximadamente 80% da produção de pequi plantada no local tenha sido consumida pelas chamas.

No início do mês passado, o Site Miséria noticiou que as barracas de pequi começavam a ser montadas no acostamento da CE-292, que liga os município de Crato e Nova Olinda. Na ocasião, o casal Socorro e Nena afirmaram acreditar que a safra deste ano seria boa.

Área total atingida

Segundo Vicente Moreira, coordenador dos brigadistas do ICMBio, ainda não é possível determinar com precisão a área atingida. Na manhã desta sexta-feira (3), uma equipe mede a área com o auxílio de três equipamentos GPS.

A Divisão de Monitoramento e Informações (DMIF), localizada em Brasília, foi acionada para auxiliar na medição através da leitura feita por satélite em tempo real. Contudo, o responsável pelo cálculo está em recesso e só retorna ao posto na próxima segunda-feira (6).

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