Foto: Sérgio Lima
A bancada do Partido Democrático Trabalhista (PDT) deve se reunir nesta quarta-feira, 30, para analisar uma possível saída do ex-ministro Ciro Gomes do partido. A ideia de convidar Ciro a se retirar do partido, está sendo defendida por muitos deputados enquanto outros defendem apenas sua remoção da vice-presidência nacional do PDT, alegando que as recentes ações de Ciro estão em indo contra os interesses do partido.
A insatisfação dos deputados com Ciro se intensificou durante as eleições municipais em Fortaleza e Belo Horizonte. No mês de agosto, o ex-ministro criticou a candidatura de Duda Salabert (PDT-MG) à prefeitura da capital mineira, afirmando que ela “não tem preparo” para o cargo. Já em Fortaleza, suas ações causaram desconforto entre os parlamentares que interpretam o comportamento de Ciro como um “apoio” discreto ao André Fernandes (PL), adversário do petista Evandro Leitão.
Atualmente os deputados tem se dedicado em garantir a continuidade do partido, e temem que a postura do ex-ministro comprometa o desempenho da legenda em 2026, ano decisivo para atingir a cláusula de barreira — que exige eleger 13 deputados ou obter 2,5% dos votos válidos para garantir a continuidade do PDT. Os resultados do pleito municipal agravou a crise interna, já que no primeiro turno, o PDT perdeu 163 prefeituras em relação a 2020, ficando com apenas 148 municípios. No Ceará, o partido caiu de 67 prefeitos eleitos em 2020 para apenas cinco, aumentando a pressão.
A Juventude do PDT também divulgou uma nota pública criticando a atitude de Ciro. Em resposta, ele pediu “mais respeito” e afirmou que o partido “não é nem nunca será um puxadinho do PT”. É válido lembrar que desde o rompimento de Ciro com seu irmão, o senador Cid Gomes (PSB-CE), as tensões aumentaram significativamente entre a bancada, fomentando à saída de Cid e seus aliados do PDT e o afastamento do partido da base do governo estadual.