Foto: Thais Mesquita
A Enel anunciou, por meio de um comunicado ao mercado, que está suspendendo temporariamente o processo de venda de sua operação de distribuição de energia no Ceará. A empresa italiana havia informado no final de 2022 que pretendia vender a operação gerida pela Enel Distribuição Ceará.
No comunicado, a empresa informa que foi notificada sobre a decisão de seus acionistas controladores de suspender temporariamente os procedimentos de análise e prospecção para a possível venda do controle acionário da Companhia.
A Enel reitera que a decisão de vender as ações é exclusiva de seus acionistas. O plano de desinvestimento da Enel no mercado cearense fazia parte de um plano internacional de readequação de investimentos.
O CEO da Enel, Flavio Cattaneo, explicou a decisão após o Capital Markets Day 2023, realizado em Milão, nesta quarta-feira (22). Segundo ele, a venda da Enel Ceará só deve ocorrer após a definição das regras para a renovação da concessão. Atualmente, a empresa está aguardando o andamento das discussões no Brasil. O contrato atual da Enel Ceará para operação de distribuição de energia no Ceará vence em 13 de maio de 2028.
Quanto aos investimentos planejados, a Enel reservou 6,8 bilhões de euros para investimentos em suas operações na América Latina, sem especificar quanto será destinado ao Brasil ou ao Ceará. Desse total, há planos de investir 2,6 bilhões de euros em geração de energia renovável.
A Enel vê o mercado brasileiro como previsível e planeja concentrar investimentos “onde os retornos são visíveis, o arcabouço estável, assim como os ambientes macroeconômicos e políticos”.
Devido aos problemas de fornecimento no Ceará, os deputados da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), abriram uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a empresa. E em São Paulo, devido ao recente apagão na cidade, que durou quase uma semana, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) também decidiu abrir uma CPI. Em 2022, a Enel vendeu distribuição de energia em Goiás para a empresa Equatorial por quase R$ 1,6 bilhão.