Fotos: José Cruz e Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Após 14 anos, o grupo político dos irmãos Ferreira Gomes consolidou seu poder no Ceará. Durante o período, os investimentos em obras faraônicas e avanços na educação parecem ter ganhado a simpatia de milhões de cearenses. Entretanto, para muitas lideranças políticas, antes até aliadas, é hora da catraca girar.
Se antes Luizianne Lins e Cid Gomes trocavam afagos, hoje a deputada não vê a hora da dinastia FG sair do comando. Sim, Camilo Santana é petista e aliado fiel da toda poderosa família de Sobral, mas a aliança do PT cearense com a dinastia não é consenso no partido, principalmente diante dos ataques do clã contra Lula.
É nessa onda que coisas improváveis, e para muitos sem sentido, podem acontecer: Capitão Wagner elogiando Luizianne e defendendo Dilma dos ataques de Ciro, Eunício afirmando que, mesmo que venha a apoiar o militar para o Abolição em 2022, está com Lula, entre outros desdobramentos. O único consenso é: tirem os FG de lá.
As últimas duas pesquisas do Instituto Paraná Pesquisas sobre a corrida ao Abolição e ao Planalto no Ceará deixam claro que isso não deve ser problema para os cearenses: Capitão Wagner lidera, isolado ou em empate técnico, todos os cenários para o governo estadual. Para presidente, Lula lidera todos com folga quilométrica. A terra dos grandes comediantes costuma saber separar o joio do trigo, mas pesquisas não vencem eleição. O calor é outro.
O desafio que se coloca é: como convencer a ala ideológica? Nem tanto para o PT, que já é acostumado a fazer alianças nos diversos espectros políticos e ideológicos, mas para os candidatos de direita, como Capitão Wagner, que ganham força no discurso da antipolítica ou moralização ferrenha dela.
Em um ano, se houver segundo turno, estaremos em plena campanha. Até lá, nenhuma certeza é dada, além da candidatura de Capitão Wagner, que deve se lançar pelo União Brasil, novo partido fruto da fusão do PSL com o DEM. Os Ferreira Gomes ainda têm certo tempo para estudar candidatos viáveis. As articulações com os prefeitos contam bastante. No Brasil, 1 ano é mil. Tudo são possibilidades.