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Atropelada por motorista que furou bloqueio policial precisa de cirurgia para não ficar paraplégica
De acordo com a família, cirurgia da vítima só pode ser realizada no Instituto Doutor José Frota (IJF), na Capital
Redação
Formada em nutrição, Ana Paula Martins pretendia começar a atender como nutricionista ainda este ano. Arquivo Pessoal

Quase um mês após ter sido atropelada por um motorista de carro blindado, em Sobral, Região Norte do Ceará, a técnica de enfermagem Ana Paula Martins Pernambuco, 39, aguarda vaga no Instituto Doutor José Frota (IJF), em Fortaleza, para uma cirurgia na região pélvica. Ela sofreu uma fratura quando foi atingida pelo condutor em fuga, no dia 16 de janeiro. Ana Paula estava em uma motocicleta com a irmã, Sandra Maria Martins Pernambuco, à caminho do trabalho. Segundo a família, a cirurgia é necessária para evitar uma possível paralisia nos membros inferiores e não estaria disponível no município.

O atropelamento aconteceu após o motorista, o empresário Éder Sá, furar bloqueio montado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Ao entrar na cidade de Sobral, os agentes federais ordenaram que o condutor parasse, mas ele não obedeceu e, ao tentar realizar uma manobra de marcha à ré, atropelou as pessoas e colidiu em outros veículos.

De acordo com Sandra, a equipe médica da Santa Casa de Misericórdia de Sobral (SCMS) avisou à família que o hospital não tem material para a cirurgia na bacia. Por isso, Ana precisaria ser transferida para o IJF, em Fortaleza. Conforme Sandra, a SCMS teria entrado com pedido de transferência no último dia 2.

A técnica de enfermagem chegou a ser preparada para o deslocamento, mas não foi contemplada com uma vaga.

“Nos informaram que não tem leito para receber ela no IJF. A única resposta que nós recebemos é que há um déficit e que não tem vaga”, informa Sandra.
Em hospitais particulares, o procedimento custa em torno de R$ 10 mil. “Nós não temos dinheiro para pagar, nem se vendermos tudo”, lamenta a irmã.

À espera do leito em Fortaleza, Ana segue internada na Santa Casa. Ela já foi submetida a três cirurgias, duas na coluna e um no pulmão, para reverter os efeitos da colisão.

Conforme Sandra, o deslocamento para Capital é urgente porque a irmã corre riscos. “Na Santa Casa, colocaram um fixador provisório para que ela aguente até a transferência. Mas, como é temporário, o médico disse que o corpo já começou a rejeitar e ela pode ter uma infecção hospitalar”, teme Sandra.

Questionado sobre o caso, o IJF informou, em nota enviada ao Sistema Verdes Mares, que a Central de Regulação de Leitos do Estado recebeu a solicitação de internação de Ana Paula apenas no último dia 6. A transferência para Fortaleza está no sistema e deve acontecer nos próximos dias, informou o IJF.

CUSTOS DO TRATAMENTO
Sandra, que também foi atropelada pelo motorista e sofreu ferimentos, precisa tomar medicamentos devido ao aparecimento de um coágulo no cérebro. “Eu tomo dois remédios, um para dor e outro para o coágulo. Gasto por volta de 120 reais por mês”, conta.

Desde o ocorrido, a família vem recebendo apoio financeiro do empresário Éder Sá. O dinheiro é usado para as despesas hospitalares de Ana Paula, como material de higiene e cuidadoras. “Ele comprou um colchão d’água depois da cirurgia e deposita dinheiro para medicamentos”, informou Sandra.

Procurado, o empresário informou que, além do suporte financeiro à família de Ana Paula, está arcando com o prejuízo de proprietários de carros que também foram atingidos durante a fuga. Segundo Éder, ele também procura uma vaga hospitalar para a vítima em Fortaleza. “Não posso pagar a cirurgia particular e estou em contato com o IJF para conseguir um leito para ela aqui em Fortaleza”, diz.

Diário do Nordeste

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