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Ceará é o segundo estado do País com maior número de óbitos por 100 mil habitantes
A pesquisa, realizada pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), mostra também que o Estado é o quinto em número de casos, se feito o cálculo proporcional ao número de habitantes
Redação

Um estudo que analisa os números de casos e óbitos de Covid-19 proporcionalmente à população local coloca o Ceará como segundo estado do País em relação a óbitos. São 24,65 mortes para cada 100 mil habitantes. A pesquisa, realizada pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), mostra também que o Estado ocupa a quinta posição em número de casos, se feito o cálculo proporcional à população.

A análise evidenciou que os casos de Covid-19 estão crescendo de forma desproporcional entre os estados brasileiros. A ideia do estudo é compreender quais fatores regionais contribuiriam para essa evolução distinta em cada local.

Segundo o professor José Rocha Faria, da Escola de Medicina e do Centro de Epidemiologia e Pesquisa Clínica (Epicenter) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), a tendência é que o Ceará apresente nos próximos dias uma redução nesse dado apresentado na pesquisa em relação ao número de óbitos.

Há dois meses o Estado era o segundo em número de casos corrigidos para a população. Hoje o Ceará caiu para a quinta posição, com 378,59 casos de Covid-19 para cada 100 mil habitantes. Segundo última atualização da plataforma IntegraSUS neste sábado, 23, o Ceará contabilizava mais de 35 mil casos de Covid-19 e 2,3 mil óbitos.

Faria está à frente da pesquisa e observa efetividade na atuação do Governo Estadual diante da pandemia. “Certamente as medidas determinadas pela Secretaria de Saúde do Estado devem estar se mostrando efetivas. Isso deve estar ajudando para a melhora do cenário no Ceará, que já foi muito pior”, considera.

Segundo o professor explica, com a redução no número de casos proporcionais à população, o Ceará também deve apresentar nos próximos dias uma diminuição relativa aos óbitos proporcionais à população.

“Quando se começa a cair o crescimento no número de casos por cem mil habitantes, isso só vai impactar no número de óbitos mais para frente. Possivelmente, isso deve acontecer no Ceará”, projeta.

Óbitos e casos proporcionais à população

Até o momento, os estados do Brasil com maior número de óbitos proporcionalmente à sua população são Amazonas (40,7 casos/ 100 mil habitantes), Ceará (24,6 casos/ 100 mil habitantes) e Pará (22,5 casos/ 100.000 habitantes). Os dados foram calculados com base nas estatísticas oficiais do Ministério da Saúde fornecidos na sexta-feira, 22.

O Amapá é o estado com mais casos para cada 100 mil habitantes no País, com índice de 668,6. Em seguida vêm Amazonas (652,3 casos / 100 mil habitantes), Roraima (380,6 casos /100 mil habitantes), Acre (379,05 casos / 100 mil habitantes) e Ceará (378,59 casos /100 mil habitantes).

Diferenças locais levadas em consideração

Para o professor José Rocha Faria Neto, corrigir os dados de cada um dos estados para a população é indispensável no intuito de obter uma dimensão melhor da evolução da pandemia. “O que tenho visto é que as análises feitas são em cima dos números absolutos e só olhar para esses números faz com que as pessoas incorram em alguns erros”, ressalta.

O pesquisador pontua que, com a correção, fica evidente que os estados mais atingidos pela pandemia atualmente pertencem às regiões Norte e Nordeste do Brasil.

Além disso, as diferenças entre os índices de contaminação nos estados do País precisam ser vistas por uma perspectiva multifatorial, conforme elucida Faria. Os pesquisadores estão analisando os números de infecção e mortes considerando também variáveis socioeconômicas, de desenvolvimento e de obediência às medidas de distanciamento social, por exemplo.

O Povo

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