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Ceará pode ter 80% da economia ativa a partir do dia 1º de junho
Projeto revelado ontem pelo Governo deverá liberar mais de 66 mil empregos no Estado, e 11,5% da cadeia produtiva parada
Redação
Liberação dos setores por cadeia produtiva deve dar mais tração à economia cearense como um todo - Foto: Thiago Gadelha

A fase inicial do plano de retomada da economia cearense já poderá ter um impacto considerável na economia do Estado. Segundo o secretário executivo de planejamento do governo estadual, Flávio Ataliba, a expectativa é que o Ceará recupere até mais 5% da atividade empresarial nos primeiros sete dias do projeto. Isso representará, considerando o valor adicionado bruto, 80% da economia cearense ativa. Durante a vigência dos decretos de isolamento, o dado apontava para 75% do total, segundo avaliação do Governo do Estado.

O cálculo leva em consideração que 66.975 empregos deverão ser reativados nessa fase transição que deverá ser iniciada no próximo dia 1º de junho. Na manhã dessa quinta-feira (28), o governador Camilo Santana anunciou os detalhes do plano de retomada e confirmou que 17 setores serão contemplados durante a etapa de testes no Ceará.

A lista conta com diretrizes para cada setor, com taxas de liberação que vão desde 0,6% a 100% para determinadas cadeias produtivas. O documento do Estado conta com a liberação de 30% da indústria química e correlatos (indústria de químicos inorgânicos, plástico, borracha, solventes, celulose e papel); 17,9% do setor de artigos de couros e calçados (fabricação de calçados e produtos de couro); 28,7% da indústria metal-mecânica e afins (fabricação de ferramentas, máquinas, tubos de aço, usinagem, tornearia e solda); 30% do setor de saneamento e reciclagem; 20% do setor de energia (construção para barragens e estações de energia elétrica, geradores); e 31% da cadeira da construção civil.

Também serão liberados 12,4% do setor de têxteis e roupas; 10,2% do ramo de comunicação, publicidade e editoração (impressão de livros, material publicitário, e serviços de acabamento gráfico); 0,8% da indústria e serviços de apoio (barbearias e salões de beleza inclusos); 16,9% do setor de artigos do lar (fabricação de eletrodomésticos e artigos domésticos); 12,4% da agropecuária; e 7,9% do segmento de móveis e madeira; 0,6% da área de tecnologia da informação.

Além disso, serão incluídos, 10,8% de logística e transporte (Metrofor, transporte rodoviário metropolitano na RMF e manutenção de bicicletas); 1,9% do setor automotivo; 100% da cadeia da saúde (comércio médico e ortopédico, óticas, podologia e terapia ocupacional); e 8,1% do setor de esporte, cultura e lazer (treinos de atletas de esportes individuais, além dos clubes de futebol participantes do Campeonato Cearense).

Para Ataliba, a projeção de obter bons resultados com o plano de retomada da economia no Estado é real, considerando que a fase de transição já deverá liberar 11,5% das cadeias produtivas paralisadas durante a pandemia do novo coronavírus.

Ataliba, que coordenou a área técnica do projeto, reforçou a confiança no plano da retomada da economia graças ao caráter científico e aos critérios sanitários e econômicos adotados na elaboração da lista de prioridades de setores que poderão reabrir.

“A perspectiva é a melhor possível, porque a consciência da população é de que teremos de ter todos os cuidados, pois estamos em outra realidade. E os empresários precisam reconhecer que é importante evitar a exposição do funcionário e do cliente. E isso faz com o decreto possa funcionar muito bem”, afirmou.

Retorno

O secretário executivo de planejamento ainda comentou sobre a definição dos critérios para escolher a ordem dos setores que deveriam retornar às atividades. Segundo ele, foram considerados aspectos de risco sanitário (para controlar a propagação do coronavírus) e indicadores de impactos econômicos. Além disso, ele explicou que a liberação das empresas por cadeia produtiva deverá ajudar a dar mais tração à economia durante o plano de retomada.

“Pensamos em juntar todas as atividades da cadeia para se fazer sentido. E nos preocupamos em trazer o comércio também para dar liquidez às empresas, porque as empresa não vão ser reativadas só pela produção”, disse. “Temos 600 mil empregos a recuperar e estamos tratando de 66 mil empregos para essa primeira fase. Isso pode fazer com que tenhamos 80% das atividades da economia ativas já na transição”, completou.

Apoio

Já o secretário do desenvolvimento econômico e trabalho do Estado, Maia Júnior, reforçou que, a partir do início do plano de retomada, a responsabilidade para os cuidados com os protocolos de saúde será das empresas liberadas a operar. É importante lembrar que, para funcionar, os negócios terão de seguir as recomendações de segurança e saúde para garantir a estabilização dos números do coronavírus no Ceará.

Os protocolos deverão ser divulgados pelo Governo do Estado, mas o secretário reforçou que é importante que empresários procurem as entidades de classe para tirar dúvidas. Ainda assim, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet) deverá manter um serviço de atendimento telefônico para tirar dúvidas sobre os protocolos de saúde. O Estado ainda deverá disponibilizar uma ferramenta para que empresas possam checar em que fase da retomada elas poderão voltar a operar.

Diário do Nordeste

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