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Com mais de 230 mil casos, diarreia liderou atendimentos na saúde pública do Ceará em 2023
O Trata Brasil estima que a universalização do acesso à coleta e ao tratamento de esgoto no Ceará reduza em R$ 1,2 bilhão os custos em saúde.
Rogério Brito
Foto: Divulgação

O número de casos de diarreia aguda liderou as notificações de atendimento registradas pela Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa) em 2023. De acordo com a planilha de notificações da pasta, foram 236 mil casos da doença só no ano passado.

Crianças e idosos são os mais afetados pelas doenças relacionadas à falta de coleta e tratamento de esgoto, conforme destaca pesquisa recente do Instituto Trata Brasil, que apresenta dados sobre o saneamento básico no Ceará.

“O esgoto a céu aberto, o despejo irregular de lixo e a falta de acesso à água potável são fatores que põem em risco a saúde das pessoas, principalmente em situações de vulnerabilidade”, explica o superintendente da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE), Luciano Pamplona de Góes Cavalcanti.

Como a doença está relacionada à falta de saneamento básico, o Trata Brasil estima que a universalização do acesso à coleta e ao tratamento de esgoto e da distribuição de água tratada no Ceará reduza em R$ 1,2 bilhão os custos com saúde, entre 2023 e 2040.

“Não investir nessa área é como abrir mão de avanços no cuidado das crianças, jovens e idosos. O combate à vulnerabilidade social tem que iniciar com o básico, que é saneamento”, pontua André Facó, diretor-presidente da Ambiental Ceará, empresa que assumiu obras de esgotamento sanitário em 24 municípios cearenses.

“De nada adianta ter o sistema de esgotamento sanitário disponível na rua se o esgoto das residências não for adequadamente destinado e tratado. Por isso, este é um trabalho coletivo, no qual todos precisam fazer a sua parte”, acrescenta o diretor sobre a importância de as pessoas realizarem a conexão à rede de esgoto.

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