Foto: Ascom Polícia Federal
Nesta terça-feira (19), a Polícia Federal (PF) cumpriu 16 mandados de busca e apreensão e 11 mandados de sequestro de bens e valores contra um grupo suspeito de desviar mais de R$ 15 milhões de recursos públicos federais no Ceará e Piauí. Conforme a PF, o dinheiro desviado provém de emendas do Relator Geral, também conhecidas como RP9 ou orçamento secreto.
As ações ocorreram nas residências e empresas que venceram as licitações nos municípios de Brasília, Teresina e Valença do Piauí, Pimenteiras, no Piauí, e Juazeiro do Norte, no Ceará. Durante a operação, foram apreendidos R$ 270 mil em dinheiro, seis veículos, além de celulares e documentos.
A investigação começou a partir dos resultados de uma fiscalização conjunta entre a CGU e a PF, que identificou indícios de fraude e direcionamento de contratações no município de Pimenteiras, no Piauí. A fiscalização também revelou que as obras estavam sendo realizadas diretamente por funcionários públicos do município, em vez da empresa que venceu as licitações.
Há suspeitas de que o grupo esteja repetindo o mesmo esquema em outros municípios da região, utilizando também outras empresas. A polícia encontrou várias irregularidades em contratos e aditivos firmados pelos entes com as empresas investigadas.
A operação, batizada de Creta, contou com cerca de 60 policiais federais e o apoio de auditores da Controladoria Geral da União – CGU. As ordens judiciais foram emitidas pela 1ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Piauí.
Os suspeitos poderão ser acusados de crimes licitatórios, contra a administração pública, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O nome da operação, “Creta”, é uma referência ao mito grego em que Dédalo e seu filho teriam fugido da ilha de Creta usando asas coladas com cera. No entanto, a cera teria derretido quando voaram muito perto do sol, resultando na queda de ambos.