Substituição do pão carioquinha pelo de coco e os kits feitos para a temporadas devem garantir maior produção. - Foto: Reprodução/ Diário do Nordeste
Após a euforia do Carnaval, padarias e supermercados de Fortaleza começam a preparar as vitrines com os produtos de Páscoa. Item essencial na mesa do consumidor no período, o pão de coco, em 2020, deve ter um aumento de 10% a 25% nas vendas sobre o ano passado, segundo estima Gerardo Vieira, presidente da Associação Cearense de Supermercados (Acesu).
Em 2019, a venda do item teve um acréscimo de 15% sobre 2018, de acordo com o presidente da Acesu. Ele aponta ainda o desempenho do produto além do período sazonal, que se intensifica “ano após ano”. “Os supermercados trabalham muito bem com o pão de coco, a ponto de vender bem o ano todo, mas, na Páscoa, a saída é bem maior”, observa Vieira.
Padarias
O setor da panificação também está animado para a Páscoa deste ano. A expectativa é uma elevação de até 15% na comercialização de produtos, um aumento de três pontos percentuais ante o resultado de 2019, que registrou avanço de 12% no período, como informa Lauro Martins, vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Ceará (Sindpan-CE).
De acordo com ele, a alta saída do item neste período, pode ser explicada pela “substituição do pão normal pelo pão de coco”, mas também se deve ao hábito de “fazer doações e presentear familiares”. O preço médio do produto, que é vendido no quilo, deve variar entre R$ 8 a R$ 10.
Além disso, o setor também tem investido em novidades para atrair os consumidores, como combos e produtos personalizados. “As padarias passam por inovação constantemente. A cada momento desses, como Carnaval, Semana Santa e São João, elas se reinventam, a depender da criatividade de cada uma”.
Sem influência do dólar
Um dos fatores que poderia impactar no preço do pão de coco em 2020 é a cotação do dólar, que segue em trajetória de alta e atingiu o patamar de R$ 4,39 na última sexta-feira (21) – leve alta de 0,04%. Isso porque o trigo usado na fabricação dos pães no Ceará vem do exterior, e pode sofrer interferência do câmbio.
No entanto, o vice-presidente do Sindpan-CE pontua que o preço do produto não será afetado nesta Páscoa pelo valor da moeda norte-americana. “Como nossa matéria prima é importada a gente fica muito apreensivo, mas até agora não sofremos nenhum impacto no custo, e acredito que até a Semana Santa isso não vá se alterar”.
Ele ainda analisa que cerca de 80% do trigo importado para o Brasil vêm da Argentina, que não está em um “bom momento econômico”. Além disso, Lauro Martins ressalta que há negociações com o Governo Federal “para diminuir algumas taxas caso o dólar permaneça neste patamar elevado, para que não haja impacto no preço dos produtos e consequentemente na inflação”.
Já para o presidente da Acesu, a perspectiva é que o dólar também não exerça nenhum impacto no preço do pão de coco nos supermercados. “Na medida do possível, mesmo com o dólar em alta, desde a produção até chegar à venda, nós fazemos o possível para não repassar esse aumento pro consumidor, procuramos enxugar todos os custos possíveis para que não sejam repassados”, comenta Vieira.
Ovos de Páscoa têm queda progressiva de vendas no Ceará
Outra marca registrada do período pascal são os chocolates, em especial os ovos de chocolate. No entanto, o produto tem ficado exposto “simbolicamente” nas prateleiras, segundo Gerardo Vieira, presidente da Acesu. A explicação está no desempenho dos itens nas vendas, que apresentam queda de 10% ano após ano.
Vieira aponta, entre os fatores que corroboram para esse recuo, estão “os preços mais elevados e o efeito sazonal”.
“Os supermercados ainda têm simbolicamente o ovo de Páscoa, para não perder a tradição, mas quando ele sai da sazonalidade, itens que não foram vendidos são perdidos. Já com os outros tipos de chocolate não há esse problema da sazonalidade, porque são bem vendidos o ano inteiro”.
A expectativa para 2020, é que “as vendas de chocolate em geral superem a venda de ovos de Páscoa”, aponta Vieira. Neste ano, a perspectiva é que a comercialização de chocolate nos supermercados tenham m incremento entre 10% a 20%, frente o aumento de 10% observado em 2019.
Ele destaca que os supermercados também estão se especializando nos itens de levam o chocolate, como bolos, e buscam ampliar a variedade ofertada todos os anos, “pois o consumidor, a cada dia, está sendo mais exigente e mais conhecedor dos produtos e os supermercados procuram acompanhar muito bem essa tendência”.
Nas padarias, as vendas de chocolate, normalmente, são vistos em itens personalizados, como em pães especiais e nos combos para presentear, segundo comenta Lauro Martins, vice-presidente do Sindipan-CE.
Diário do Nordeste