O número de pessoas LGBTQIA+ mortas no Ceará subiu para 23, após uma mulher trans, identificada como Tainá de Sousa Rodrigues, conhecida como Catarina, de 21 anos, ter sido assassinada a tiros em Juazeiro do Norte, no último sábado (7). As informações são do O POVO, com base no Observatório Cearense de Mortes e Violência contra LGBTQIA+ Ceará.

Apenas no Estado, este ano foram registrados o assassinato de 3 homens trans e 11 travestis e transexuais. Já no âmbito nacional, o número aponta para 78 mortes de pessoas trans no país apenas até o terceiro trimestre de 2023, número maior que em 2022, que teve 76 assassinatos.

De acordo com o presidente do Observatório, Gilney Matos, o Ceará é o segundo lugar em mortes de pessoas travestis e transexuais. “Nos deparamos com mais uma morte de uma travesti na região do Cariri, coloco mais uma porque esse mais está se tornando frequente. Infelizmente, estamos em um Estado que ocupa o segundo lugar de morte de pessoas travestis e transexuais“, destaca.

Catarina estava na Praça do Giradouro, área conhecida por ser frequentada por pessoas que fazem programas sexuais, ato que na maioria das vezes é uma condição imposta pela sociedade às pessoas trans e travestis, visto a negligência de sua existência e a falta de oportunidade em decorrência de sua identidade de gênero.

Gilney pontua que “A gente busca justiça, pois essas pessoas não têm oportunidade. 98% das travestis e transexuais veem o mercado do sexo e da prostituição como o único meio de sobrevivência. Que esse caso não seja mais um e que [esse tipo de crime] seja evitado para que a gente possa não estar enterrando toda semana mais uma companheira”.